tag:blogger.com,1999:blog-22632490135264108172023-12-26T04:10:31.651-03:00VIDA QUE SE CONTASe não falas, vou encher o meu coração
com o teu silêncio e agüentá-lo.
Ficarei quieto, esperando, como a noite
em sua vigília estrelada
com a cabeça pacientemente inclinada.
A manhã certamente virá;
a escuridão se dissipará, e a tua voz
se derramará em torrentes douradas por todo o céu.
Então as tuas palavras voarão
em canções de cada ninho dos meus pássaros,
e as tuas melodias brotarão
em flores por todos os recantos da
minha floresta.
(Rabindranath Tagore)Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.comBlogger196125tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-7485374175546446692016-09-29T09:58:00.003-03:002016-10-01T00:02:10.239-03:00Corpo(s)<div class="" data-block="true" data-editor="9aq0o" data-offset-key="fopgb-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fopgb-0-0" style="direction: ltr; position: relative;">
<br /></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fopgb-0-0" style="direction: ltr; position: relative;">
<div style="text-align: center;">
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">Corpo vigiado</span><span style="font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;"><span style="text-align: start;">Corpo punido</span></span>
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;"><span style="text-align: start;">Corpo macerado</span></span>
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;"><span style="text-align: start;">Corpo mutilado</span></span>
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;"><span style="text-align: start;">Corpo ocultado</span>
<span style="text-align: start;"><span class="textexposedshow">Corpo desejado</span>
<span class="textexposedshow">Corpo padronizado</span>
<span class="textexposedshow">Corpo santificado</span>
<span class="textexposedshow">Corpo demonizado</span>
<span class="textexposedshow">Corpo excluído</span>
<span class="textexposedshow">Corpo violado</span>
<span class="textexposedshow">Corpo explorado</span>
<span class="textexposedshow">Corpo falado</span>
<span class="textexposedshow">Corpo (re)significado</span>
<span class="textexposedshow">Corpo produzido</span>
<span class="textexposedshow">Corpo mortificado</span>
<span class="textexposedshow">Corpo celebrizado</span>
<span class="textexposedshow">Corpo escravizado</span>
<span class="textexposedshow">Corpo liberado</span>
<span class="textexposedshow">Corpo comercializado</span>
<span class="textexposedshow">Corpo transformado</span>
<span class="textexposedshow">Corpo encarcerado</span>
<span class="textexposedshow">E se um dia esse corpo</span>
<span class="textexposedshow">for simplesmente livre?</span></span></span></span><o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="9aq0o" data-offset-key="c7jrm-0-0" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="c7jrm-0-0" style="direction: ltr; position: relative;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEje_YumAo8hFLQwpTafAFPW3yol46UT5eG9QAKptm8jj_31_GomHZOpGF4oiCTAR_YWNdUynIn0mbtjllE_PYJw6I74sONMaSu_tW7JUpclhXTfQVi_LZMRFWTSd650w0uo0xpGOnRATBnp/s1600/corpo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEje_YumAo8hFLQwpTafAFPW3yol46UT5eG9QAKptm8jj_31_GomHZOpGF4oiCTAR_YWNdUynIn0mbtjllE_PYJw6I74sONMaSu_tW7JUpclhXTfQVi_LZMRFWTSd650w0uo0xpGOnRATBnp/s320/corpo.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span data-offset-key="c7jrm-0-0"><br /></span></div>
</div>
</div>
Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-18016181319131516952016-09-25T22:08:00.002-03:002016-09-30T23:52:42.611-03:00Reminiscência<div style="text-align: justify;">
Vivia absorta em recordações. Suspensa, como um trapezista que se mantém no ar em estado de êxtase, rememorava os fatos passados sem bater o olho. Imersa num pensamento que dava voltas em torno de si sem se desprender dos afetos envolvidos naquele último despertar amoroso, ela cedia seus instantes apenas ao passado. Imaginava cartas, lembranças de viagem, músicas, e-mails e tudo aquilo que ajudasse a aprofundar seu estado de irreversível fantasia. Encostada na parede do quarto que tinha os objetos cobertos por uma penumbra, segurava, com mãos trêmulas, as últimas linhas escritas por ele. Apartada de qualquer realidade que não fosse aquela feita de lembranças, deslizava o pé que caia languidamente sobre o chão que parecia fugir. A impressão que aumentava a galopes era de que um abismo se abria sob seus pés enquanto sua cabeça orbitava no vivido, nas reminiscências.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Você fez o artigo da disciplina de linguística aplicada? - inquiriu na saída da Faculdade de Letras.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Ainda não. Tenho priorizado outras disciplinas, respondeu lacônico.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Eu também não fiz. E também me encontro sobrecarregada de trabalhos, mas se você quiser ir a minha casa à tarde, então, podemos traçar um esboço. - insistiu sem a intenção de pressioná-lo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ele assentiu, embora seu espírito metódico e disciplinado resistisse e optasse pela primeira opção que fora priorizar outras disciplinas. Não sabia de quem havia herdado esse comportamento orientado por uma racionalidade acima de qualquer sentimento e afeto. Não poderia ter sido, efetivamente, dos seus pais. Esses viviam à mercê de todo tipo de vento emocional, de maneira que raramente concluíam tarefas, cursos e afins. Além disso, as brigas eram tão frequentes que era impossível permitirem-se um momento de silêncio e reflexão necessários a reorganização da vida prática e emocional. Olhava-os de longe e, de repente, se via absorto em pensamento acerca da vida que queria para si. E essa vida excluía, em definitivo, aquela dos pais. Dono de uma seriedade e objetividade invejáveis, ele pagava o preço que um perfil assim exigia. Aquele rosto branco, esquelético e fantasmagórico era perfeitamente compatível com seu corpo esguio e andar compassado. Tudo nele remetia à racionalidade e parecia desprovido de sentimentos e emoções efêmeras e sem corporeidade passível de uma análise lógica e científica.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Que horas posso ir a sua casa? - perguntou secamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Eu te espero às 14h. - disse com voz sobressaltada porque já se dirigia à parada onde passava o ônibus CDU-Boa Viagem.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ele fez um gesto com a cabeça que confirmava sua ida. Seguiu pelo campus quando finalmente chegou ao restaurante universitário. Tinha que apressar-se, pois não era dado a atrasos e se orgulhava quando diziam que era detentor de uma pontualidade britânica. Não mastigava e engolia às pressas para não perder tempo. Concluída a difícil tarefa de engolir aquela comida que distava enormemente daquela feita por sua mãe, deixou apressado o restaurante e tomou o primeiro ônibus que passasse em Boa Viagem.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Fico feliz que tenha vindo. Entre, por favor. - ordenou polidamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
O edifício ficava na avenida Ernesto de Paula e o apartamento era revestido de elementos da cultura pernambucana. Das paredes, pendiam pinturas de artistas da terra e num recanto da sala havia uma pequena réplica de uma escultura de Francisco Brennand. Na varanda, uma alfaia de maracatu e uma rede compunham um cenário quase inverosímel, não fosse o todo do apartamento que justificava cada objeto ali posto. Ele observava e digeria toda a decoração sem deixar entrever sua curiosidade e estranheza.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Agradeço o convite. Se não se incomoda, gostaria que começássemos - disparou nervosamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Sim. Você mora na Cidade Universitária e não pode ficar muito tempo. Daqui a pouco, o trânsito estará um caos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sentaram à mesa e começaram a folhear um livro sobre os fundamentos da Linguística Aplicada. Começaram discutindo conceitos centrais dessa disciplina.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Você concorda com o autor quando diz que o ensino descontextualizado de gramática não contribui com a competência linguística do aluno? - perguntou para testar seus conhecimentos sobre os assunto, pois sabia que não dava o devido valor a essas questões pragmáticas.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Sim, concordo. - respondeu impensadamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ela percebeu que havia uma desordem instalada naquele diálogo. As reflexões não se encontravam e as palavras pareciam desnecessárias. Silêncios diziam mais e era nos intervalos entre uma palavra e outra que os verdadeiros significados explodiam. Um franzir de testa, um toque rápido na mão para chamar a atenção, um correr de olhos pelo corpo do outro e a cadência dos lábios revelavam o indizível. Era nos entremeios que a evidência de um amor que não se esgota apenas na amizade se manifestava. Naquelas palavras não ditas, todo o afeto reprimido se descortinava como num filme silencioso. Ele perdera a noção da hora. Ela esquecera que ele tinha que voltar à Cidade Universitária e que, a partir das 17h, o trânsito era um inferno cujas chamas se espalhavam pela cidade. Esquecidos dos compromissos que fizeram com que estivessem naquele apartamento numa tarde escaldante e sem previsão de chuva, beijaram-se. Espaço e tempo dissolvidos, a felicidade era a única realidade possível. Atualizavam o amor que sentiam um pelo outro naquele beijo. Ele afastou-se e, inquieto, tentava organizar seus papeis que não conseguia distinguir dos dela. Ela mantinha-se impassível diante dele, mas ele estava desorientado. Reuniu o que foi possível, pôs na mochila e saiu sem se despedir. Ela bateu a porta atrás de si ainda em êxtase. Nem procurou entender o que havia acontecido. Queria sentir; não entender. Estava tomada de um sentimento ainda não sentido e, por isso, queria prolongá-lo no seu corpo e mente. Desde quando alimentavam afeto tão peculiar um pelo o outro? Não conseguia refletir sem se desvencilhar daquela enxurrada emocional que inundava as ruas da razão que ainda subsistia. Paulatinamente, acalmou-se e passou a pensar em estratégias que poderia usar no dia seguinte. Eram débeis, algumas até infantis, ela sabia disso, mas era preciso desenhar um caminho que a levasse até ele sem que desse a entender que aquele beijo foi um contrato amoroso firmado e que agora ele teria que cumprir todas as cláusulas. Sentada na cama, olhava fixamente a parede branca e procurava traçar os próximos passos naquela parede como se escrevesse numa lousa. </div>
<div style="text-align: justify;">
- O jantar já está na mesa, filha. Não vai descer? - insistira a mãe. </div>
<div style="text-align: justify;">
- Não. Preciso adiantar um artigo da faculdade que deve ser entregue amanhã.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Vai esfriar, visse... - a mãe insistira sem expectativa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Acessou a internet. Abriu a caixa de e-mail porque esperava visualizar uma mensagem dele discorrendo sobre a vazão de sentimentos que inundou aquela tarde. Nada. Abriu o site do jornal Folha de Pernambuco. Lentamente, como de costume, descia a barra de rolagem em busca de uma notícia que interessasse. Parou bruscamente. Nas Últimas Notícias: Jovem morre em acidente entre ônibus da empresa CRT e uma D20. Ajeitou-se na cadeira. Sentia que a testa ficara cheia de pequenas gotículas de suor, embora não estivesse suando. Hesitou em acessar a notícia e lê-la na íntegra. De repente, achou tudo isso uma bobagem e abriu a página com a serenidade de quem se prepara para ler um Neruda.</div>
<div style="text-align: center;">
JOVEM MORRE EM ACIDENTE ENTRE VEÍCULOS NA AVENIDA CAXANGÁ</div>
<div style="text-align: justify;">
Estudante do curso de Letras da UFPE morre num acidente ocorrido hoje à tarde na Av. Caxangá. O ônibus da CRT que faz a linha CDU-Boa Viagem (Caxangá) foi atingido por uma Kombi que, segundo a polícia, era conduzida por um homem que se encontrava altamente alcoolizado. O corpo foi removido para o IML e aguarda liberação. O jovem morreu segurando um papel que os paramédicos do SAMU tiveram dificuldade em retirar da sua mão que se encontrava fortemente cerrada. No papel estava escrito em francês: "Tout ce qu´il reste: l´amour."</div>
Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-6882156376454721332016-09-23T12:35:00.000-03:002016-09-23T12:37:16.739-03:00CarnavalNa rua da Aurora,<br />
de par em par, amanhecia.<br />
Na rua do Sol,<br />
ardo em alegria.<br />
<br />
Na rua da União,<br />
me embriago de poesia.<br />
Na rua do Bom Jesus,<br />
ressuscito em plena euforia.<br />
<br />
Na rua da Concórdia,<br />
é Galo, é folia...<br />
Na rua do Imperador,<br />
sonho com um novo dia.<br />
<br />
"Já disse que pode deixar, moço.<br />
Eu consigo chegar em casa<br />
sozinho."<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ89dRpmkQVsiunVvwYCAoL7Mly1swkU9VL6R3k9FQUg2qAc0cI2UftpGthZBqWi4PL71_4Lengsy6qmoD2OHS8OWiAUwhjBFt71BVLUzHmK4XNjnZXblx1jUbWbc9F5xEVDAwEYVJgS0q/s1600/galo2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="215" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ89dRpmkQVsiunVvwYCAoL7Mly1swkU9VL6R3k9FQUg2qAc0cI2UftpGthZBqWi4PL71_4Lengsy6qmoD2OHS8OWiAUwhjBFt71BVLUzHmK4XNjnZXblx1jUbWbc9F5xEVDAwEYVJgS0q/s320/galo2.jpg" width="320" /></a></div>
Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-23742757893065035542016-09-19T22:10:00.001-03:002016-09-19T22:10:07.243-03:00Era tardeEra tarde.<div>
O mar agitava a areia </div>
<div>
e lançava seus braços raivosos</div>
<div>
contra o calçadão da avenida.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Era tarde.</div>
<div>
O trânsito enfurecia o transeunte</div>
<div>
que não passava indiferente</div>
<div>
às buzinas que ensurdeciam.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Era tarde. </div>
<div>
O sol declinava e,</div>
<div>
à medida que declinava,</div>
<div>
fazia seus raios dançarem </div>
<div>
e sua cor era despedida sem lágrima.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Mas era devaneio no Recife</div>
<div>
e ninguém notava <span style="text-align: center;">isso. </span></div>
<div>
<span style="text-align: center;"><br /></span></div>
<div>
<span style="text-align: center;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl5NNdSwj-eHJkliXFuJhjIQWf31fa50Eve11P9mRPQjWj77h_f_934-mBO5oCjLpiIn5PXPWznwhl6xkEm83UReq91Tn1GXIXWtw4SsLHLLRL0zcXeyifDsmx1HJzLC6efLNpZ6oQxxuC/s1600/fimdetarde.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl5NNdSwj-eHJkliXFuJhjIQWf31fa50Eve11P9mRPQjWj77h_f_934-mBO5oCjLpiIn5PXPWznwhl6xkEm83UReq91Tn1GXIXWtw4SsLHLLRL0zcXeyifDsmx1HJzLC6efLNpZ6oQxxuC/s320/fimdetarde.jpg" width="320" /></a></div>
<div>
<span style="text-align: center;"><br /></span></div>
Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-30112465021317250802016-07-30T12:01:00.004-03:002016-07-30T12:01:42.543-03:00Frase de Jim Morrison<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvRLw3LJIyFOG6eYJQW941p7CH6bqgx5WDAOJ3tOzbvpvh1aXDw9u2srtFirdYXBugJGJXGlwUdgPdwQ7Nh9Qb2mprxXXDI2U1ZP1aWj_Pt3XPMARBSUuKol4ZhWmjKoXkqUAQLJVyj-oA/s1600/jimmorrison.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvRLw3LJIyFOG6eYJQW941p7CH6bqgx5WDAOJ3tOzbvpvh1aXDw9u2srtFirdYXBugJGJXGlwUdgPdwQ7Nh9Qb2mprxXXDI2U1ZP1aWj_Pt3XPMARBSUuKol4ZhWmjKoXkqUAQLJVyj-oA/s320/jimmorrison.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
"Prefiro um banquete de amigos a uma família grandiosa." (Jim Morrison)<br />
<br />Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-6646642072211600872016-07-28T16:17:00.002-03:002016-07-28T16:17:49.844-03:00As últimas palavras de Van GoghApós atirar no próprio peito, Van Gogh, na cama, pronuncia suas últimas palavras nos braços do irmão Théo: "La tristesse durera toujours." (A tristeza durará para sempre)<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEierjOyZxwXeRDrzXmoHBb9r0TYjd8urorDfsHZ_i2OVwykAuqemnsJ2mdHxXXRip-xga9EC90G0WY0yaZuC3Erwt1q8ke__eaGiJp6v_xYIxBsXKKnT6940E4Ke83bdX4ET71LBK5q6bEG/s1600/Portrait_of_Dr._Gachet.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEierjOyZxwXeRDrzXmoHBb9r0TYjd8urorDfsHZ_i2OVwykAuqemnsJ2mdHxXXRip-xga9EC90G0WY0yaZuC3Erwt1q8ke__eaGiJp6v_xYIxBsXKKnT6940E4Ke83bdX4ET71LBK5q6bEG/s320/Portrait_of_Dr._Gachet.jpg" width="259" /></a></div>
<br />Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-8327502493327126742016-07-28T12:11:00.001-03:002016-07-28T12:28:27.409-03:00Hesse sobre a solidão<span style="background-color: white; color: #4d4d4f; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px;">“Solidão é independência, com ela eu sempre sonhara e a obtivera afinal após tantos anos” (O Lobo da Estepe - Hermann Hesse)</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEW1X3vxLleS4zNYlvFbCGjrF4kJY57MhBKyWcpEL3jzolKx20Pmou5lfcj11G9KA5j2KUjO1kw28ItuuopzG9jlOjJMmsQdy1Z9MYe1eGkYz5I8d_HOF0HPltspvYsrho517c3oAoikWG/s1600/solid%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEW1X3vxLleS4zNYlvFbCGjrF4kJY57MhBKyWcpEL3jzolKx20Pmou5lfcj11G9KA5j2KUjO1kw28ItuuopzG9jlOjJMmsQdy1Z9MYe1eGkYz5I8d_HOF0HPltspvYsrho517c3oAoikWG/s320/solid%25C3%25A3o.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #4d4d4f; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px;"><br /></span>Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-1542673214387322672016-05-30T01:00:00.002-03:002016-05-30T01:04:39.397-03:00A VisitaEle não era de receber muitas visitas. Talvez, por isso, desacostumou-se a elas. Quando aconteciam, era por que havia convidado para um jantar ou para reunir amigos que compartilhavam com ele o gosto por boa música e conversas pausadas por vinho, cerveja ou aquilo que dispunha. Habituou-se a ser companhia de si mesmo e, até onde se sabe, nunca <span style="background-color: black;">se deixou desamparado</span>. Não se voltava contra aquilo que a vida havia reservado e preferiu reconciliar-se com o momento; quer fosse de festa, euforia e vozes que ecoavam longe, quer fosse do mais absoluto silêncio. Não vivia só, pois acreditava que seus livros, discos e filmes rodeavam seus passos, adentravam seus pensamentos, tranquilizavam (ou não) sua mente.<br />
Era manhã e se encontrava na escola onde trabalhava. Dedicado às demandas do seu trabalho, não lhe sobrava tempo para acessar caixa de e-mail e redes sociais. Aproveitando-se de um privilégio nem sempre concedido durante as horas que passava no ambiente de trabalho, resolveu abrir a caixa de e-mail. Nem sempre tempo livre significava permissão para fazer qualquer coisa que não estivesse ligado ao trabalho, mas esse pequeno espaço de tempo foi aproveitado para subverter a rotina que havia criado para si. Descendo os olhos que passavam por <i>spams</i>, congressos, solicitações e mensagens pessoais, ficou atônito ao deixá-los cair num e-mail identificado por Felipe Trindade. Ajeitou-se na cadeira, desligou-se do movimento ao redor, retomou a atenção que havia caído em confusão e leu o assunto deslizando a vista sobre as letras como se analisasse um texto feito para ser avaliado. O assunto trazia uma proposta de venda de uma coleção de filmes do Charlie Chaplin. Clicou sobre e leu o conteúdo com redobrada atenção. Era mesmo uma oferta e pedia resposta urgente. Enviou uma resposta afirmativa, embora não soubesse se o valor da coleção iria comprometer o orçamento do mês que nem sempre permitia extravagâncias ou mesmo pequenos gastos.<br />
Felipe era um amigo que não via há certo tempo. Naquele momento, não saberia mensurar quanto tempo, mas tinha por certo que ver o velho amigo o faria muito feliz. Felipe não demorou a responder e confirmou ida a seu apartamento naquele mesmo dia após o expediente. Levaria os DVDs para que fossem testados, pois eram de segunda mão. No teor do e-mail, nenhuma palavra sobre amizade, ausência, saudade. Apenas a confirmação de uma transação comercial e nada mais. Mas isso não importava. Preferiu ressaltar a importância da visita de um amigo que fora tão significativo e, de repente, distância, ausência de contato, lembrança de momentos que estavam ancorados longe daquele dia em que tudo se atualizaria e a amizade seria retomada.<br />
A campainha toca. Não tem dúvida que é seu amigo à porta, pois não costumava atrasar. Um cumprimento formal marcou a recepção. Trazia consigo uma sacola que logo identificou tratar-se dos DVDs.<br />
- Tudo bem? - perguntou num tom meio formal. Parecia receber alguém que havia ido levar uma encomenda qualquer ou fazer um conserto na antena da TV a cabo. <br />
- Sim. Tudo bem? E você?<br />
O tom não foi diferente. Talvez a falta de contato, o desamparo ao qual se impuseram durante essa ausência e a indiferença que, pouco a pouco, foi se instalando entre os dois tivessem construído um abismo sem possibilidade de ponte capaz de religá-los. Havia um desconcerto, uma desarmonia que estabelecia um conflito silencioso que tomava a sala.<br />
- Aqui estão os DVDs. Pode testá-los. - falou secamente.<br />
Ele liga os aparelhos e começa a testar os DVDs. Agora já não se tratava mais de amizade, lembranças, vivências etc. Tratava-se de um negócio e ele não gostaria de sair perdendo. Um a um, com cautela e observação cuidadosa, os DVDs iam sendo testados. Nenhuma palavra foi dita. As vozes desencarnaram e o ambiente foi se tornando cada vez mais opressivo, pois o conflito instalado assumia proporções ainda maiores. Desbordava. Não sabendo devolver o DVD à capa e fechá-la, atrapalhou-se e recebeu uma ajuda mecânica. Na verdade, não sabiam mais o que eram, quem eram e o que significavam. Estavam perdidos no espaço da amizade que se dissipava, escapava-lhes por entre dedos, dentes, cabelos. O teste acabou. Sentados e confusos, entreolhavam-se cientes do abandono a que tinham se infligido.<br />
Suspensos, segregados e cada um resguardando suas fronteiras, ainda fizeram um esforço contido em direção a um diálogo que girava em torno do mesmo tema e não progredia. Fez um movimento no sentido de se retirar e não foi solicitado para que ficasse um pouco mais. À porta, a despedida estava envolta nos mesmos sentimentos que participaram da recepção. Batera a porta atrás de si enquanto o peito pesava e a cabeça dava voltas. A amizade era um passado irrecuperável e cheia de cicatrizes que não se prestavam a desaparecer. À medida que o tempo passava e organizava os DVDs, tentava recobrar o controle e pacificar as emoções que ainda ondulavam sobre sua existência. Dormiria ali mesmo na sala, pois o peso daquele conflito psicológico não permitiria que chegasse à cama.<br />
Alguns meses após aquele episódio, recebeu outra mensagem que informava que Felipe morrera subitamente. Não sabia o que pensar, menos ainda, dizer. Não se arrependeu das palavras caladas naquele último encontro. Resignou-se e aceitou esse silêncio final como o início de uma nova forma de se relacionar com a vida.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<br />Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-34842100593041394442016-01-12T00:03:00.001-03:002016-03-27T23:23:14.254-03:00Roger Waters - The Wall<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">De um lado, o homem que busca resgatar e se reconciliar com o passado. Do outro lado, o músico que construiu a única ópera rock capaz de fazer refletir, emocionar e fruir. O filme produzido por Roger Waters e Sean Evans é um dos melhores da marca "Pink Floyd". Quando cantou Confortably Numb, confesso que não aguentei e chorei.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><br /></span>Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-76031923474650126322016-01-12T00:02:00.000-03:002016-01-12T00:02:21.441-03:00O Abraço<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">Quando lemos a biografia de Van Gogh, então entendemos melhor os temas dos seus quadros. Durante a vida, Van Gogh esperou esse abraço que poderia ter vindo de qualquer pessoa, desde que fosse sincero. Talvez o irmão Theo tenha sido esse abraço, mas ainda é difícil dizer por que nem mesmo o amor do irmão foi capaz de aplacar a angústia que caminhava com o pintor.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4ykJVqzT203gBBccktbpJcs7SXl1kt1XhwC_6zjwm8diLfwhsVZ4nvbWC82f2BCOzk6WdVyp7ruKbQF7dFlnlQF7XiNuD70ZacXiEv_jqzzQz6O6hC2HoEcBBhTI2WiqRrUMv_9YXW-TZ/s1600/abra%25C3%25A7o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="247" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4ykJVqzT203gBBccktbpJcs7SXl1kt1XhwC_6zjwm8diLfwhsVZ4nvbWC82f2BCOzk6WdVyp7ruKbQF7dFlnlQF7XiNuD70ZacXiEv_jqzzQz6O6hC2HoEcBBhTI2WiqRrUMv_9YXW-TZ/s320/abra%25C3%25A7o.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><br /></span>Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-79805002757509106522015-11-23T23:17:00.001-03:002015-11-23T23:17:28.255-03:00Homenagem a W. H. Auden<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8BGBDJD3LCCs6yKtC7j9vle0irx_whTuDpxNpWNkSnyUkGDL6iJLbZnuDP5RSxN_1pc0-gXQowyHcBEwklMZfdNAdEdx0ObjfimTWghVi6ziyVldOI0XdkpuHIZBBgoViVaAG60pu0OPL/s1600/Auden13.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="202" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8BGBDJD3LCCs6yKtC7j9vle0irx_whTuDpxNpWNkSnyUkGDL6iJLbZnuDP5RSxN_1pc0-gXQowyHcBEwklMZfdNAdEdx0ObjfimTWghVi6ziyVldOI0XdkpuHIZBBgoViVaAG60pu0OPL/s320/Auden13.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Morre o poeta.<br />Morre, com ele, toda a luz do mundo:<span class="text_exposed_show" style="display: inline;"><br />o espaço do seu rosto, o mar profundo,<br />a aurora e um pôr-do-sol escandaloso.</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">
<div style="margin-bottom: 6px;">
Morre o poeta e morre o Ocidente.<br />E o Oriente. E os pontos cardeais.<br />Morrem as estrelas. Morre o firmamento.<br />Morrem as sombras do pântano e o arvoredo.<br />Todos os santos, todos os escribas,<br />os dias da semana, a quarta-feira.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
E o próprio tempo, imóvel, que agoniza:<br />foi-se o olhar que no relógio via<br />a marcha, alegre e triste, dos ponteiros.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Morre o poeta.<br />Morre a alegria.<br />Morre tudo que flui: morre a poesia.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Morre o poeta.<br />E morre o mundo inteiro. (Hector Pelizzi - poeta argentino)</div>
</div>
Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-8943330280372687732015-07-15T21:14:00.000-03:002015-07-15T21:14:15.474-03:00Sob o Céu de Piranhas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEcO46QjDF_HJDqu6oNW7IjfIGtW0gKvf42REUSIiIOo01Gtre6aNIUmNZNDiF9l-0SbzI_yjFlMez5wpem93D3Pl3rcymMei0Zu78xYwcB7_M8XgM9SE4nUufAVpFriraFGr_DOCvl5i2/s1600/085.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEcO46QjDF_HJDqu6oNW7IjfIGtW0gKvf42REUSIiIOo01Gtre6aNIUmNZNDiF9l-0SbzI_yjFlMez5wpem93D3Pl3rcymMei0Zu78xYwcB7_M8XgM9SE4nUufAVpFriraFGr_DOCvl5i2/s320/085.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
Quando cheguei, caía uma chuva fininha e o vento frio do alvorecer tocava calidamente a pele. O cheiro de terra molhada e de vegetação renascida enchia os pulmões deixando-nos mais leves. Pisava a terra ensopada como quem pisa as penas espalhadas numa piscina. Cheguei a pensar que flutuava quando não passava da experiência, cheia de simplicidade, de pisar o chão de barro.<br />
Saí do alojamento e fui revisitado por aquele ar vigoroso de uma camurça sem nome. Estava em Piranhas. Passados alguns minutos, encontrava-me no Instituto. Cheguei cedo e não havia professores nem gestores. Aos poucos, eles foram chegando e, de repente, estávamos amontoados em torno de uma mesa de frios, frutas e bolos. Demos as boas-vindas aos que já eram e aos que serão de hoje em diante. Além disso, sentimos os espaços deixados por aqueles que amamos e que já não compartilham do mesmo chão. O sentimento de amizade e as boas memórias da convivência preenchem os espaços e voltamos a nos harmonizar com o todo e com o tempo presente feito de cumprimentos que nos chegam como um ritual padronizado. Na sequência, avaliação do comportamento dos alunos que acabam sendo a avaliação das nossas próprias dores, insatisfações e descontentamentos. A chuva volta a cair no fim da tarde e, aquele frio que nos desamparou durante o dia, volta a nos abraçar no cair da noite. Aguardo, franzo a testa, olho para os lados e volto ao alojamento sob o firmamento estrelado que me cobre sem chuva, sem nuvens, mas com a vida que cintila sob o céu de Piranhas.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsN59cfbZNrnLAdk4LHrSeGuTDkswwG26JAOEXPLCmR1bHqWLY_RDaAFVU4zfNMo-mxDGU6NI9Aa9Y4JNPqlb68-aI_taQejxQgCKQY3gzt6juwjyuYWRCaFgaKwghBCX7YfPZAg0ZPjtJ/s1600/133.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsN59cfbZNrnLAdk4LHrSeGuTDkswwG26JAOEXPLCmR1bHqWLY_RDaAFVU4zfNMo-mxDGU6NI9Aa9Y4JNPqlb68-aI_taQejxQgCKQY3gzt6juwjyuYWRCaFgaKwghBCX7YfPZAg0ZPjtJ/s320/133.JPG" width="240" /></a></div>
<br />Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-16625113951691347832015-07-09T22:18:00.000-03:002015-07-09T22:18:05.148-03:00São Paulo: voltar é preciso<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg11K8csHxtgCswXlr6XzEmFEAR8GK-TcaEqF2APgny9bSQ4fAdUAL63oIksaScjiyfvmKl8XMWozXxiB2UAi3OHtGDpVBB_o9EtXBamwQ_dAQnXWsFAnWZgezW41ucEFptvNbHkLrtdLUX/s1600/saopaulo1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="238" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg11K8csHxtgCswXlr6XzEmFEAR8GK-TcaEqF2APgny9bSQ4fAdUAL63oIksaScjiyfvmKl8XMWozXxiB2UAi3OHtGDpVBB_o9EtXBamwQ_dAQnXWsFAnWZgezW41ucEFptvNbHkLrtdLUX/s320/saopaulo1.jpg" width="320" /></a></div>
Há sempre bons motivos para voltar a São Paulo. Eles podem ser simples ou complexos, pequenos ou grandes, importantes ou banais. A única coisa certa é que há sempre um, dois, três ou milhares de motivos para fazer a experiência-São Paulo.<br />
Cheguei no fim da tarde de uma sexta-feira. O frio ameaçava, mas não passou de uma agradável e moderada temperatura. Quando saí da estação de metrô, dei de cara com um bairro agitado, vívido. Estava na Liberdade. Habitado por japoneses e outras etnias, a Liberdade é um celeiro de encontros culturais e étnico-raciais.<br />
Exausto da viagem, sentei no primeiro restaurante que vi ao sair da estação. Comi sushi. Foi possível saciar a fome, mas não tive prazer algum naquele sushi que nem de longe parecia ter sido feito pelas mãos dos seus criadores.<br />
Na primeira noite, pensei apenas em descansar e planejar o roteiro do dia seguinte. Além de consultar o mapa, preparei a câmera que registraria um outro olhar sobre a cidade. Já havia passado cinco anos desde a última visita.<br />
Na manhã do dia seguinte, saí de casa como se fosse familiar à cidade, embora tivesse a certeza de que novos caminhos e experiências já se anunciavam. Andei pelo bairro da Liberdade tomado por uma tranquilidade genuína, de maneira que me permiti entrar e sair de ruas reiteradas vezes, perder o rumo, ficar desnorteado. Nesse passo embriagado de atenção e curiosidade, acompanhei o cotidiano dos moradores, seus costumes, comércio, burburinho, pagodes, silêncios.<br />
Tudo isso me preparou para uma nova visita ao MASP na parte da tarde. Revisitar o acervo do museu é a única vivência do tipo "mais do mesmo" que não me deixa entediado. Ali nos encontramos com Gauguin, Cézanne, Rembrandt, Van Gogh, Rodin e muitos, muitos outros. Percorri as salas sem pressa, desfilei o olhar docemente sobre as pinturas, pensei nos processos criativos daqueles homens e mulheres de arte, descansei nas cores de Renoir.<br />
Após experiências abstratas que representam objetos visíveis, chegou a hora de experienciar o tocável, amável e que nunca cai no esquecimento: os amigos. A bem da verdade, duas amigas que conheci quando estive pela primeira vez em Buenos Aires. Elas me sugeriram dança de salão e eu devolvi com jazz e blues no bairro da Madalena. Cederam e acabamos nos fundos de um estacionamento onde circulavam pessoas interessantes e aos ouvidos chegavam os sons tirados de um saxofone cheio de vida. A apresentação durou o tempo suficiente para que fôssemos felizes; felizes por sermos amigos, amigos sinceros.<br />
No domingo, minha opção foi a Pinacoteca. Esse é outro espaço que nos faz pairar no ar. Dessa vez, foi possível conhecer o anexo que trata-se de outro prédio próximo à Pinacoteca e menor que essa. Na entrada, uma exposição fotográfica sobre a Ditadura Militar brasileira e, em uma das salas, exposição de arte brasileira. Portinari, Di Cavalcante, Tarsila do Amaral foram meus recepcionistas e me fizeram entender melhor o que é fazer uma releitura do Brasil por meio da representação pictórica.<br />
Por fim, peguei um cineminha no prédio da Gazeta no espaço Reserva. Adivinhe quem encontrei lá? Liv Ullman exibindo seu longa metragem que, embora tenha recebido heranças do memorável Ingmar Bergman, apresenta o traço cinematográfico peculiar da menina dos olhos que se celebrizou nos filmes do diretor sueco.<br />
É hora de voltar. Na mala: roupas, agenda, e tudo aquilo que foi possível comprar a preço de banana, como livros, DVDs, cartazes, lembrancinhas e aquilo que o dinheiro não compra, a saudade de voltar.<br />
<br />Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-59751525621063072482014-11-14T08:42:00.001-03:002014-11-14T08:42:27.554-03:00O Permanente e o Provisório<!--[if gte mso 9]><xml>
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<br />
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<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;">O PERMANENTE E O PROVISÓRIO</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;">O casamento é permanente, o namoro é provisório.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;">O amor é permanente, a paixão é provisória.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;">Uma profissão é permanente, um emprego é provisório.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;">Um endereço é permanente, uma estada é provisória.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;">A arte é permanente, a tendência é provisória.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;">De acordo? Nem eu.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;">Um casamento que dura 20 anos é provisório. Não somos
repetições de nós mesmos, a cada instante somos surpreendidos por novos
pensamentos que nos chegam através da leitura, do cinema, da meditação. O que
eu fui ontem, anteontem, já é memória. Escada vencida degrau por degrau, mas o
que eu sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem pra agora, hoje é
o meu dia, nenhum outro.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;">Amor permanente... como a gente se agarra nesta
ilusão. Pois se nem o amor pela gente mesmo resiste tanto tempo sem umas reavaliações.
Por isso nos transformamos, temos sede de aprender, de nos melhorar, de deixar
pra trás nossos imensuráveis erros, nossos achaques, nossos preconceitos, tudo
o que fizemos achando que era certo e hoje condenamos. O amor se infiltra
dentro de nós, mas seguem todos em movimento: você, o amor da sua vida e o que
vocês sentem. Tudo pulsando independentemente, e passíveis de se desgarrar um
do outro.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;">Um endereço não é pra sempre, uma profissão pode ser
jogada pela janela, a amizade é fortíssima até encontrar uma desilusão ainda
mais forte, a arte passa por ciclos, e se tudo isso é soberano e tem valor
supremo, é porque hoje acreditamos nisso, hoje somos superiores ao passado e ao
futuro, agora é que nossa crença se estabiliza, a necessidade se manifesta, a
vontade se impõe – até que o tempo vire.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;">Faço menos planos e cultivo menos recordações. Não
guardo muitos papéis, nem adianto muito o serviço. Movimento-me num espaço cujo
tamanho me serve, alcanço seus limites com as mãos, é nele que me instalo e vivo
com a integridade possível. Canso menos, me divirto mais, e não perco a fé por
constatar o óbvio: tudo é provisório, inclusive nós.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;">Martha Medeiros Crônica "O permanente e o
provisório", 2004.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;">Nota: Texto originalmente publicado na coluna de
Martha Medeiros, no website Almas Gêmeas, a 26 de janeiro de 2004.</span></div>
Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-68504753131917488272014-10-14T01:09:00.001-03:002014-10-14T01:09:58.026-03:00A Experiência do Deserto (Deserto do Atacama - Chile)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ9dB5CFjGHPcQBg1mCClfMohl9EMk3aXKo95sZ7jW8hwy_Ssk__SwTKWddbJURBGU7WQuliK0yNuBAkj2zWfT0OJpbP_4ypsc0_ITmH5h1qy1eOfzsWu-OH29vWQQiwsBNqjPgti5O24i/s1600/002.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ9dB5CFjGHPcQBg1mCClfMohl9EMk3aXKo95sZ7jW8hwy_Ssk__SwTKWddbJURBGU7WQuliK0yNuBAkj2zWfT0OJpbP_4ypsc0_ITmH5h1qy1eOfzsWu-OH29vWQQiwsBNqjPgti5O24i/s1600/002.JPG" height="213" width="320" /></a></div>
Era no tempo da Copa. O país encontrava-se ainda sob os ventos que, meses antes, sacudiram cidades e deixaram a sociedade envolta num misto de revolta e pânico. O recesso escolar foi antecipado para que a Copa no Brasil tivesse uma adesão massiva de todos os seguimentos sociais. Resolvi viajar. No roteiro de Caminhos da América do Sul - feito de cabeça, diga-se de passagem - não havia lugar para o Deserto do Atacama, então, criei um pretexto para ir ao Deserto: fugir da Copa e dos possíveis tumultos que presumidamente poderiam acompanhá-la. <br />
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Ainda trago resquícios do frio que fazia em Santiago quando cheguei à rodoviária. Saindo do aeroporto vi as luzes de Natal - que nada! Isso só acontece em Faroeste Caboclo -, não, vi Cíntia: amiga de são Paulo que estava indo a Chiloé e tomou o mesmo ônibus que "yo". Reconheci a mescla de espanhol com sotaque paulistano e atirei na mosca, digo, na Cintia, que atravessou minha pergunta: "Você é Luciano?" Ela perguntou primeiro e a diferença foi de milésimos de segundos. Enfim, quase não cabia em mim de tanta felicidade. Mas essa foi apenas uma das tantas que me aguardavam no Deserto.<br />
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Quando o mochileiro, ou qualquer outro ser estranho a espécie, chega à pequena rodoviário do "pueblo" do Atacama é abordado por funcionários de hotéis, pousadas etc. Embarquei de cara na primeira proposta (esqueci de dizer: sou fácil...abafando o caso...) e me hospedei num "hostel" que tinha uma área de "camping". Primeira noite: frio de lascar (melhor, de lascar é o que faz em Garanhuns: cidade de "mes pères"... no deserto, àquela hora da noite, o frio mal permitia um passo após o outro). Após montar a barraca, a segunda providência foi comprar vinho e bater perna pelo povoado. Agora eu precisava abrir o vinho e, sob esse pretexto, acabei conhecendo essa galeraaaaaa que me jogou na noite "power" do povoado. Distraídos, tropeçamos numa pedra vulcânica, e caímos nessa festinha tradicional regada à música folclórica e meu vinho que não durou muito. Combinei com o francesinho um pedal no dia seguinte, mas houve um desencontro e repeti incansavelmente para mim mesmo: " a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida." Isso me confortou.<br />
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"Eu era tão feliz e não sabia, amor..." Perseguição Marisa Monte...deixa ketu e vamos para o segundo dia.<br />
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No dia seguinte, após uma experiência de 5º na madruga, saí para comprar os pacotes dos passeios e fotografar o "pueblo". As casas e estabelecimentos comerciais mantém basicamente as mesmas características de quando o Deserto nem era tão visitado como hoje. Essa é uma decisão política dos índios atacamenhos que insistem em não perder aspectos fundamentais da sua cultura. Há um visível equilíbrio entre tradição e modernidade. Comprei os pacotes e tinha um passeio às lagoas à tarde. Você foi? Nem eu. Devido a um pequeno problema de fuso horário, perdi o passeio. Mas minha vingança sará malígrina!! Me aguardem!<br />
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Aquela velha saída à noite...Não pode faltar. "Pela estrada afora..." eu vou de mansinho, olhos atentos a qualquer movimento humano capaz de abrir minha "petite" garrafa de vinho. Esbarrei com a funcionária da agência de viagens onde comprei os pacotes que me deu uma bronca porque não compareci. Expliquei e, como uma mãe, entendeu minha justificativa e me convidou a sentar com o grupo com o qual faria o passeio. Eram todos chilenos. Bonitos, animados e famintos. Em poucos minutos devoramos pizzas e outras itens do cardápio. Enfim, o primeiro passeio: Laguna Cejar e Tembinquinche e Salar de Atacama. Saímos quando o sol ainda se espreguiçava. De água azul-vibrante e a calmaria de uma noite sem nuvem, as lagoas oferecerem ao mochileiro o descanso mental necessário a tudo que estar por vir. À tarde, outro passeio: Vale da Lua e Vale da Morte. Por que se chama Vale da Lua? Não faz ideia? Porque o solo dessa região é semelhante ao solo lunar. Simples como a Oi. Mas a beleza da formação geográfica do lugar é complexa e não apreensível por um olhar com hora marcada para chegar e sair. O Vale da Morte não é diferente. As formações "rochosas" oriundas de erupções vulcânicas e outros fenômenos metem medo com seu crepitar e a sensação de que alguma daquelas "pedras" - que se equilibram com dificuldade umas sobre as outras - vão cair na sua cabeça a qualquer momento. Durante o passeio, conhecemos um "pueblo" onde acontecia uma festa religiosa que nada tinha de lamentações e imagens sangrando e olhar triste, antes, dança, alegria e música, muita música. Quando pensávamos que já tínhamos visto tudo que a vida tinha para nos oferecer de belo naquele dia, o motorista para no alto de uma "falésia" e, de lá, tínhamos uma visão panorâmica dos vales que ao cair da tarde recebiam a visita de um pôr do sol cuja beleza é indizível. <br />
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abre parêntese essa foto deveria estar no lugar da anterior fecha parêntese.<br />
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<br />Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-66745073055095765412014-03-25T01:04:00.001-03:002014-03-25T01:04:52.694-03:00Um amigo (ou sobre a amizade)L´AMITIÉ PARTICULIER<br />
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O título do post e do texto foi inspirado no livro <i>Uma aprendizagem (ou o livro dos prazeres)</i> escrito por Clarice Lispector. A narrativa apresenta a história de amizade entre Lóri e um professor de filosofia. Esse texto é sobre amizade, uma amizade particular.<br />
Conheci Gustavo quando voltava de um congresso do Grupo de Estudos Linguísticos do NE que aconteceu em João Pessoa (por mera coincidência, recebi hoje uma circular do GELNE para participar do próximo encontro). Poderia ter seguido viagem e desembarcado em Garanhuns - cidade onde residia à época - mas não o fiz. Assim, decidi passar o fim de semana no Recife. À noite, encontrei amigos na Galeria Joana D´Arc e Gustavo estava entre eles. Ele começara a sair com meus amigos há pouco tempo. Parecia acanhado, media as palavras, tocava nos temas com polidez, mas sempre com simpatia. Durante o fim de semana, combinamos outros encontros e, no espaço de um relâmpago, descobrimo-nos amigos. Regressei a Garanhuns. A saudade daqueles dias se arrastavam, mas era amenizada pelos contatos frequentes que fazíamos a fim de manter a amizade e nos salvarmos da solidão que o psicólogo Rollo May identificou como sendo o mal do século XX. Vivíamos um momento de transição, pois nos conhecemos em 2005. Os maus ventos do séc. XX ainda sopravam sobre nós o hálito gélido da solidão que só a amizade sincera e leal seria capaz de nos manter salvos dela, como afirmara Clarice Lispector no conto <i>Uma Amizade Sincera</i>: "amizade é causa de salvação." Assim, de frases soltas, evasivas, contextualizadas, invasivas e objetivas, fomos estreitando um laço que nos humanizava e levava a horas a fio de conversa que passavam por seu amor aos quadrinhos, seus conhecimentos sobre cinema e literatura, língua inglesa, perspectivas de um futuro que já tínhamos por certo que não nos visitaria. Nas conversas que se desenrolavam durante 2 ou 3 horas, sempre aos domingos à tarde, Guga comentava músicas da safra brasileira e seu rico acervo cultural deixava-me encantado e, simultaneamente, desajeitado. Enquanto ele discutia "ah! Esse cara tem me consumido. A mim e a tudo que eu quis com seus olhinhos infantis como os olhos de um bandido", eu, metido a intelectual de botequim, comentava trechos dos livros que tratavam da Análise do Discurso Francesa, pois, à época, estava preparando-me para uma seleção de doutorado. Recordo que a Oi colaborou bastante com nossos encontros vespertinos quando lançou uma campanha que era possível fazer ligações interurbanas gratuitas aos domingos de orelhões públicos. O encontro tinha lugar e horário marcados. Às 2h do domingo, britanicamente pontual, eu estava na praça com o fone em mãos para iniciar uma nova rodada de conversa que lembrava as cenas arrastadas dos filmes de Michelangelo Antonioni. Continuávamos o papo por MSN, mas ouvir a voz melodiosa, com acentos recifenses autênticos e de agradável sonoridade era uma experiência da qual não me furtava. Além disso, compartilhávamos músicas via celular, pontos de vista sobre filmes dos quais apenas conhecia a história e o título. Em se tratando de cinema, Gustavo não perdoava essa mesquinhez das minhas informações e perguntava: quem é o diretor? qual o ano de produção? À época, estava cagando e andando para essas coisas, mas ele insistia que essas informações eram fundamentais para entender o todo da obra. E foi me colocando contra a parede que passei a buscar informações adicionais sobre a Sétima Arte. O resultado disso foi uma paixão avassaladora pelo cinema. Numa outra oportunidade, passamos horas discutindo o pequeno trecho de uma música de Vanessa da Mata. Lembro que não chegamos a um consenso, mas as discussões em torno de temas que nos interessavam e eram comuns deixávamo-nos cada dia mais encantado ante o caminho que construíamos sem perder de vista aquilo que nos limitava e, de certo modo, impunha limites à plena realização do desejoso amistoso que nos ardia. Nossos encontros pessoais eram esporádicos, mas sempre cheios de atenção, delicadeza e olhares silenciosos que denunciavam os riscos do <i>amor que não ousa dizer seu nome, </i>tal como afirma Oscar Wilde em seu <i>De profundis</i>. A troca de palavras cotidiana fez com que mencionasse o filme nacional <i>Cinema, aspirinas e urubus</i>. De pronto, fui intimidado a assisti-lo. A película fala da construção de amizade entre dois homens que de tão diferentes acabam compartilhando os mesmos objetivos e sonhos. Era isso que Gustavo queria para nós dois.<br />
O que me chama atenção e inquieta é que terminamos da mesma maneira que começamos. A última vez que o vi foi no meu apartamento e veio para deixar uma coleção do célebre Charlle Chaplin. Quando bati a porta atrás de mim, alimentava outras perspectivas que não a da morte. Enquanto caminho neste mundo e traço minha história, permito que aquilo de Gustavo que se incorporou ao meu acervo existencial permita a manutenção de uma memória. Certo que um dia também deixarei esta vida - louca e breve - perpetuo nessas linhas que escrevo a grandiosidade de uma pessoa que acrescentou à minha vida um olhar feito de aceitação, ternura e complacência. Gustavo não se empenhou em outra coisa que não fosse me fazer feliz. Não obstante as pedras que se interpuseram, eu conservei na memória somente os aspectos positivos de uma amizade que desconhecia a mesquinhez, caretice e estupidez na qual estamos todos imersos. Um dia, minha memória também fenecerá com este corpo que definha, mas palavras se mantém sempre acesas como a tocha que lembra o soldado fiel na cidade de Rosario (Argentina) e não se apagam jamais. Ás vezes quero acreditar - e penso que isso é bastante egoísta da minha parte - que Guga deixou este mundo no momento certo. O momento é outro e já não celebramos paz e amor como fazíamos no início do século. Passando a limpo, as pessoas estão mais mesquinhas, burras, caretas e estúpidas do que nunca. Guerras explodem todos os dias e nós vivenciamos a instabilidade de uma sociedade que perde o rumo, o equilíbrio - equilíbrio distante -, diz o título do álbum solo em italiano de Renato Russo. Tudo por aqui está muito diferente, Guga. As pessoas continuam e, hoje mais do que nunca, preocupados com o que o homem faz do seu pinto, mas não é capaz de se mobilizar contra a fome na África que dizima todos os dias milhares de pessoas. Isso é tão incoerente com nossa evolução social, histórica, tecnológica e científica que se torna cada vez mais difícil encontrar pessoas que, como você, assumem com autonomia seu próprio corpo, desejos e individualidade. Diante de tanta caretice, fica difícil insistir com os dois pés num mundo cada vez mais insuportável. Não tive tempo de confidenciá-lo que estou me preparando para fazer doutorado na França. Sei que não tem dúvida acerca da minha relação afetiva e intelectual com este país. Se acontecer, passarei dois anos em Grenoble - Rhône-Alpes. Quem sabe a cura não esteja no alpes brancos ou no azul intenso das águas de Côte d´Azur? Talvez seu rosto se delineie na neve intensa dos alpes. Por enquanto, "eu continuo aqui com meu trabalho e meus amigos e me lembro de você dias assim: dia de chuva, dia de sol." A cada lembrança, lágrimas insistem em inundar um rosto que já não é mais o meu. Nas escolas, no trajeto para chegar às escolas, enquanto miro o mar, no silêncio do meu escritório, as lágrimas testemunham meu desalento, mas quero sorver minha dor até a última gota. A última vez que nos vimos - parece uma ironia da vida - você esteve no meu apartamento para deixar uma coleção do Charlie Chaplin. A saudade e o sentimento de ausência é ainda maior porque grande foi a afabilidade com que nos fizemos amigos. Nossa história de amizade foi, como diz o título do primeiro e único filme do dramaturgo francês, Jean Genet: <i>un chant d´amour</i>. Concluo com as linhas místicas de Tagore que abrem este blog:<br />
<span><i>Se não falas, vou encher o meu coração
com o teu silêncio e aguentá-lo.
Ficarei quieto, esperando, como a noite
em sua vigília estrelada
com a cabeça pacientemente inclinada.
A manhã certamente virá;
a escuridão se dissipará, e a tua voz
se derramará em torrentes douradas por todo o céu.
Então as tuas palavras voarão
em canções de cada ninho dos meus pássaros,
e as tuas melodias brotarão
em flores por todos os recantos da
minha floresta.
(Ra</i>bindranath Tagore)</span> <br />
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<br />Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-530190862886629562014-02-17T10:53:00.002-03:002014-02-17T10:53:40.903-03:00A Situação dos Indígenas Mbyá e Avá Guaran em Ciudad del Este<!--[if gte mso 9]><xml>
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<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Recife, 17 de fevereiro de 2014</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Em janeiro do corrente ano, estive, por
ocasião das férias, em Ciudad del Este (Paraguay). Uma vez que atravessei a
Ponte da Amizade a pé, fui abordado por um dos milhares de moto-taxistas que
circulam entre Ciudad del Este e Foz do Iguazu (Brasil). Solicitei que me
deixasse num <i style="mso-bidi-font-style: normal;">hostel</i> e o moto-taxista
disse não haver <i style="mso-bidi-font-style: normal;">hostel</i>, mas bons hotéis
nas imediações da rodoviária. Seguimos e, chegando ao hotel, fui surpreendido
subitamente por uma situação deplorável e grotesca: indígenas acampados ao lado
da rodoviária e à mercê de toda sorte de violência material e simbólica.
Observei com olhos atentos e não tive como conter a pergunta sobre quem eram e
por qual razão estavam ali. O moto-taxista de pronto respondeu que eram
indígenas que não possuíam nacionalidade paraguaia.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Ditas essas poucas palavras, suspendeu a
conversa e foi logo me conduzindo ao interior do hotel onde encontrei a proprietária
que me recebeu com diligência e prontidão. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Da janela do quarto onde fui acomodado, era
possível observar o movimento de homens, mulheres, jovens e crianças que,
desprotegidos e lançados à própria sorte, perambulavam entre as barracas
montadas e buscavam alternativas de sobreviver naquelas condições precárias e
sub-humanas mesmo quando a vida não era possível seguir dignamente. Dessa mesma
janela, fiz algumas fotografias e aproveitava para refletir sobre os possíveis
motivos daquele povo que um dia teve terra, comunidade, alimentação, o fruto da
árvore, a água do rio e a tribo onde descansavam da lida cotidiana estarem
submersos num mundo marginal e miserável.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisLEhDcjVCFZEl2DwwVEov62dVu4HyQwifYsBwYF_OQ4kUzjW4FgypiqkHkzLxW3rGPgOYZMcRu07FY1aBYblzgBbmH90a5b7KZMmCxgZzPBFw65zeLwwZuDi6tTR5R49qvFxLLugd6Pfu/s1600/002.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisLEhDcjVCFZEl2DwwVEov62dVu4HyQwifYsBwYF_OQ4kUzjW4FgypiqkHkzLxW3rGPgOYZMcRu07FY1aBYblzgBbmH90a5b7KZMmCxgZzPBFw65zeLwwZuDi6tTR5R49qvFxLLugd6Pfu/s1600/002.JPG" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Voltei muitas vezes à janela com a finalidade
de ver e entender aquelas condições. Recordo que, certa vez, senti vontade de
descer e perguntar diretamente a um deles ou ao grupo o porquê de viverem
miseravelmente às margens de uma região que não lhes oferecia as mínimas condições
estruturais. Mas esbarrei no medo que já haviam incutido na minha mente
estrangeira, turística e vulnerável às informações que me aconselhavam a não
conversar com os indígenas nem passar próximo ao acampamento a fim de salvar a
própria pele e evitar complicações que comprometessem minha viagem e vida. Não
obstante as recomendações reiteradas por moradores do bairro, a curiosidade persistia
e não me deixava em paz. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">No último dia em Ciudad del Este, quando
deixava o hotel, interroguei a proprietária do hotel acerca dos indígenas ao
que respondeu que estavam ali há 10 anos e a ajuda humanitária que chegava era
desviada e embolsada pelos políticos, de maneira que a corrupção ajudava a
manter os indígenas naquelas condições <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>desumanas. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Chegando ao Brasil, pus-me a coletar
informações sobre o que havia presenciado e obtive algumas esparsas e curtas
notícias em sítios na internet que diziam que no referido acampamento
encontram-se alojados índios pertencentes a duas tribos: Mbyá e Avá Guarani
(ambas oriundas das regiões paraguaias de Caaguazú e Caazapá). Segundo as
notícias encontradas, os indígenas já foram desalojados pela polícia local e devolvidos
às suas tribos, mas voltaram porque a terra não oferece condições de sobrevivência;
além dessa ação, os grupos foram acompanhados por um educador, designado pela
Secretaria da Infância ligada à Igreja Católica, a fim de dialogar e coletar
dados junto às comunidades para traçarem um plano de resgate. Protestos também
foram realizados com a finalidade de chamar a atenção das autoridades para o
problema. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">O descaso dos políticos, que não resolveram o
problema dos referidos indígenas quando da sua instalação em Ciudad del Este,
abriu uma fresta para uma série de comportamentos e atitudes que, embora visem
a sobrevivência dos indígenas, não se justificam porque ferem a preservação da
vida. Nos arredores da rodoviária, crianças exigem dinheiro e ameaçam os
passantes com pedras até conseguirem o que pedem, a prostituição de
adolescentes e jovens é prática constante e recebe dos caciques o apoio e a
ordem que garantem sua manutenção e reprodução, as crianças usam entorpecentes
em plena luz do dia e há notícias de assassinato praticado pelos indígenas. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkuSA5anRNd3B0xsQo6XSGhfp669iBPx2cHt-iBoi3ZX9Gb2O0B3E7LCXz49ZLRncfM32x5G2Z_nUVqqhHSShTxyYcMHzVxBTIWUinytJBk8Bumvw9NlqUHH_IwK8EaF_cyztOEmn6uRg2/s1600/001.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkuSA5anRNd3B0xsQo6XSGhfp669iBPx2cHt-iBoi3ZX9Gb2O0B3E7LCXz49ZLRncfM32x5G2Z_nUVqqhHSShTxyYcMHzVxBTIWUinytJBk8Bumvw9NlqUHH_IwK8EaF_cyztOEmn6uRg2/s1600/001.JPG" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Diante do exposto, além da indignação que a
situação desencadeia, fica a inquietação acerca das ações do Poder Público,
responsável em garantir o resgate dessas comunidades, devolver-lhes as terras,
reinseri-los no universo cultural e simbólico que lhes pertence e permitir a
sanidade moral, ética, ou seja, comportamental desses grupos. Ademais, os
governantes, em vez de desviar as somas de dinheiro que chegam de organismos
internacionais, devem assumir a responsabilidade pela integridade desses grupos
indígenas que degeneram sob o olhar displicente e indiferente das autoridades
local e nacional que não vêm se mobilizando no sentido de solucionar
definitivamente os problemas que, dia após dia, ganham corpo e lançam raízes no
chão de Ciudad del Este.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Luciano
Taveira de Azevedo</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Mestre
pela Universidade Federal de Alagoas</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Professor
da rede pública estadual e municipal</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
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Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-40521272442159460932014-02-16T22:34:00.000-03:002014-02-16T22:34:31.312-03:00Crônicas de um Mochileiro em Montevideo (Uruguay)Ansiedade. Essa é a melhor palavra que descreve meu estado antes de deixar o Recife às 7h30 no dia 03.01.2014. Passageiro de um voo hiper econômico, tive que suportar as dores de parto que um voo desse impõe. Acordar cedo para chegar ao Aeroporto Gilberto Freyre foram as primeiras contrações. A bolsa estourada e as dores horrendas acometeram-me no Aeroporto de Guarulhos (São Paulo) onde passei 9h aguardando a conexão que, enfim, deixou-me com menino nos braços no Aeroporporto moderníssimo de Montevideo e, tal como uma criança, desejoso de conhecer um mundo.<br />
Uma vez que o parto não é a única dor, pois outras dores podem despontar após o parto, comigo não foi diferente. Quando cheguei ao hostel, o recepcionista avisou que como havia feito reserva para o dia 04.01, então deveria esperar até às 14h para fazer check-in, pois todos os quartos estavam lotados. Estava tão cansado que nem consegui ter raiva, desapontamento, sentir-me contrariado ou coisas do tipo. De pronto, o recepcionista ligou a outro hostel onde havia vagas e passei a noite num lugar que nem lembro com precisão da estrutura, cores, corredores e corrimão, mas recordo bem as palavras em tom de brincadeira do recepcionista: "Isso é hora de chegar num hostel?" Eu estava tão atordoado que nem entendi se tratar de uma brincadeira e fui logo me explicando. Pechinchei na hora do pagamento da diária e consegui que essa ficasse por 350,00 pesos uruguaios. Iupi!!Agora vou tomar banho e dormir.<br />
No dia seguinte, volto ao Che Lagarto que, diga-se de passagem, tem uma ótima estrutura e fui acomodado. Resolvido o problema da acomodação, dei início à caminhada portando um mapa que não usei. Tenho sérios problemas com mapas, pois sempre olho na posição errada e acabo no lugar oposto àquele que quero conhecer.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNgroSOP84qseiBJpyoLGSTZ0JUUNTKda7sVQqncInly9KAFwu8iZBeyGMiPa7j2I0biXrAVl9owju3H2zctnjnzg8W-7maaSL4iaVhvGejoui23y4el9ww5I6NisOkIonp-E8zTxONxnR/s1600/montevideo1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNgroSOP84qseiBJpyoLGSTZ0JUUNTKda7sVQqncInly9KAFwu8iZBeyGMiPa7j2I0biXrAVl9owju3H2zctnjnzg8W-7maaSL4iaVhvGejoui23y4el9ww5I6NisOkIonp-E8zTxONxnR/s1600/montevideo1.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
Em 2013, o Uruguay foi eleito pela revista britânica The Economist o país do ano. Com essa informação borbulhando em minha mente, não hesitei em querer constatar as razões que levaram o país a ser escolhido e não me decepcionei. Ruas largas, trânsito organizado, povo acolhedor, ciclovias, centro histórico conservado e rico em seus aspectos culturais: tudo isso faz do Uruguay um dos melhores países para viver. Além disso, carro não é muito apreciado pelos uruguaios de maneira que o turista pode desfrutar de um ar menos poluído.<br />
Essa praça da foto é a Praça Independência que se encontra nos arredores da Cidade Velha e além de desfilar uma beleza ímpar, conta com um misto de moderno e antigo em seu entorno.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU1yNLnjwf_Ydy4uejB6305vgWdzxaeYgvEmLCk_W3ZiBD_8D-bCb0wkJ_Ek-0yXNG_wkcX7yMrx0N6tZFKVlfJIPlK7FPuCdkfxPUrsabpEKO4nSaE5H_kRHRGcRRdgyF_zX-jGBQV7rK/s1600/montevideo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU1yNLnjwf_Ydy4uejB6305vgWdzxaeYgvEmLCk_W3ZiBD_8D-bCb0wkJ_Ek-0yXNG_wkcX7yMrx0N6tZFKVlfJIPlK7FPuCdkfxPUrsabpEKO4nSaE5H_kRHRGcRRdgyF_zX-jGBQV7rK/s1600/montevideo.jpg" height="320" width="240" /></a></div>
O Palácio Salvo com seus 95 metros e 27 pisos desenhados pelo arquiteto italiano que vivia em Paris, Mario Palanti, produz um impacto singular no turista que se vê pequeno, diminuto, insignificante diante da grandiosidade da construção que foi durante anos a maior da América do Sul.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw_t82jwpUz0P8V-pXUj0dMypiGEj99suMScE4-eF65KtcMomqhpmhLeBV2bxSgEMuiMEBjHHaJcnr4ReF2G369b6DTJH64NM_Uv98TJsvTXe4ENkYjnoTXQrp6pitu_zIuj-zpKt9sKf-/s1600/montevideo2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">I<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw_t82jwpUz0P8V-pXUj0dMypiGEj99suMScE4-eF65KtcMomqhpmhLeBV2bxSgEMuiMEBjHHaJcnr4ReF2G369b6DTJH64NM_Uv98TJsvTXe4ENkYjnoTXQrp6pitu_zIuj-zpKt9sKf-/s1600/montevideo2.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
Nas cercanias da Praça Independência, descortina-se o Teatro Solis que foi inaugurado em 1856. Circulei o Solis a fim de fotografá-lo em perspectivas e ângulos diferentes. A arquitetura apresenta características dos teatros líricos e sua forma é ligeiramente elíptica.<br />
No fim de semana, a cidade se recolhe e o mochileiro retém nas lentes da câmera com calma e sem atropelo as cenas da Cidade Velha que conserva em suas ruas, ora planas, ora com pequenas ladeiras, um conjunto arquitetônico de rara beleza.<br />
Comida em Montevideo não é cara, mas para o mochileiro com pouco dinheiro é importante saber escolher bem e isso significa encontrar um lugar onde possa comer bem sem gastar muito. Outra curiosidade de Montevideo é a cerveja. Não é raro ver jovens e adultos trazendo nas mãos uma garrafa de cerveja de dimensões consideráveis. Para nós, que estamos mais acostumados à latinha ou long neck quando andamos pela rua, aquilo parece uma bizarrice.<br />
Como em Paris, Montevideo possui um lugar especial onde os casais renovam suas juras de amor que ficam representadas no cadeado colocado na grade de uma fonte e cuja chave é jogada nas águas da fonte.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxA6pb9FZy4ZOyXXvB3DaPAiGYCIDaoow5Wkb7TrDrLqzKB81TxQciJKlwx-CBvt9yj4fAe-u3_yC0qcSQGUaGkcRUCxUDBqN8rGz8-VYW7BzHN7bTo6GNwMu-qhz5Q6ZBWfVyChoG6kn4/s1600/montevideo3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxA6pb9FZy4ZOyXXvB3DaPAiGYCIDaoow5Wkb7TrDrLqzKB81TxQciJKlwx-CBvt9yj4fAe-u3_yC0qcSQGUaGkcRUCxUDBqN8rGz8-VYW7BzHN7bTo6GNwMu-qhz5Q6ZBWfVyChoG6kn4/s1600/montevideo3.jpg" height="320" width="240" /></a></div>
Não é difícil sentir-se envolvido pela atmosfera da cidade e dos seus habitantes que criam um clima propício para que o mochileiro desfrute das belezas, cultura e vida da capital uruguaia. Viva Uruguay!!<br /><br />
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<br />Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-58432516622217939612013-12-12T21:15:00.001-03:002013-12-12T21:15:35.439-03:00O Lado Oculto da Viagem<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgshBE2BZYzogWht8mw1LfKha2eF7K4bI4yrY3I12Faw2_aQk1n-Ranu11jQjgdUU-jNvBzsrqTAm9GXvrla_9T10RkMpgmzWMBpTIYqloZJJ3GlZyEE6BJcv_SAqzpO1OJAVm1HxTt6DkM/s1600/relogio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgshBE2BZYzogWht8mw1LfKha2eF7K4bI4yrY3I12Faw2_aQk1n-Ranu11jQjgdUU-jNvBzsrqTAm9GXvrla_9T10RkMpgmzWMBpTIYqloZJJ3GlZyEE6BJcv_SAqzpO1OJAVm1HxTt6DkM/s1600/relogio.jpg" /></a></div>
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Ele estava atônito. Corria de um lado para o outro, ensandecido, pensamentos confusos, distraídos. Ainda não havia absorvido toda a tragédia daquele momento nem conseguia acreditar que por um segundo, talvez menos, aquilo poderia ter sido evitado. Seu rosto suava, não sabia que direção tomar nem decidir por uma ação que conseguisse salvar o irmão que agonizava dentro do carro. Súbito, pensou em como seria a vida e qual o desfecho daquela cena vermelha, caótica e prestes a desembocar em outros dramas. Não havia nada de idílico. Não havia imaginação, fantasia, embora sua cabeça atordoada misturasse tudo isso. Havia uma situação empírica, prosaica: um jovem de 20 anos estava com seu cotovelo prensado nas ferragens de uma D-20. Curiosos começaram a parar, mas não ofereciam ajuda. Outros, porém, encheram-se de compaixão por aquele miserável que agora desmaiado já não via nem sentia nada. O trabalho árduo de retirar aquele braço fincado entre ferragens esgotou os homens que trabalhavam com empenho. Exaustos, seus rostos suavam e os pingos cravavam sementes no chão daquela estrada. Quem sabe a esperança nascesse dali, daquele trabalho esmerado e sem intervalo. Braço fora das ferragens, corpo desfalecido, instala-se a tensão. Quem levará o jovem a Recife, cidade mais próxima do ocorrido, para receber os primeiros socorros? Pessoas afastam-se. Seguem seu rumo e procuram esquecer a cena para que a consciência não os torture. Um homem pede que levem o ferido e deponha seu corpo no banco de trás do seu carro. Durante o percurso, discutem para onde levar aquele cujo braço se mantinha atado ao corpo por um pouco de músculo e pele. Hospital particular e cirurgia que durou oito horas. Ao longo das horas, pai, irmã, irmão e cunhado aguardam nervosos e com uma ansiedade estampada que não deixava dúvida acerca da gravidade da lesão. O efeito anestésico passa e, aos poucos, o jovem volta à consciência. O ambiente lhe é estranho porque, segundo sua memória, sua vida parou no percurso, no vento no rosto, nas faixas passando e deixando "um mundo" para trás. Não se assustou. Não fez alarido. Não reclamou. Nem mesmo perguntou: - O que aconteceu? Seus olhos embaçados seguiam a entrada organizada da família que veio ter com ele e esclarecer o que para ele ainda era uma espécie de sonho ruim durante um cochilo que dera durante a viagem. Até então, ele achara que havia sido uma fratura simples e não fez estardalhaço. Pensava que aquela volta para casa duraria dois ou três meses e que aquelas ataduras, gesso e tipoia que tanto incomodavam na hora de dormir seriam retiradas em um mês e logo voltaria às suas atividades. Enganou-se.<br />
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<span class="st"><em>"De alguma forma sobrevivi à noite</em>. E <em>ressurgi com o dia</em>. "</span><br />
<span class="st">(Emily Dickinson )</span>Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-78084688324663278802013-12-11T20:14:00.000-03:002013-12-11T20:14:35.854-03:00Os Sapatinhos Holandeses e o Amor de AmizadeEstávamos no verão de 1999. Eu morava em Salvador e, por dois anos, vivenciei a dor e a alegria de viver numa cidade que apresenta desigualdades tão gritantes. No que toca à alegria, isso ficou por conta da minha amizade com Gregório, monge beneditino do Mosteiro de São Bento da Bahia.<br />
Dom Gregório, como era chamado no mosteiro, tinha um sorriso largo, fácil, uma disposição invejável, uma inteligência singular que permitia que transitasse pelas artes plásticas, canto, literatura, instrumentos, administração etc. Acrescento os cursos que ministrava no Brasil e exterior, a Holanda, p.ex.<br />
Quando voltou da Holanda me procurou e trazia algo na mão que era difícil distinguir. Ao se aproximar, vi que era um par de sapatos tipicamente holandês. Recebi o <i>souvenir</i> agradecido e sentamos para conversar sobre a viagem, o curso, a Holanda. Ele me contou histórias hilárias sobre o cotidiano de Amsterdam. Entre uma risada e outra, passava o olhos nos sapatinhos holandeses que pareciam de porcelana, mas certamente foi trabalhado com outro material. Na frente, um moinho de vento (um símbolo da Holanda) pintado em azul escuro que ganha nuances mais delicadas em alguns pontos. Nos lados, <i>Holland</i> e no restante dos graciosos sapatos, trevo de quatro folhas, pétalas, bolinhas. Uma fita com as cores da bandeira holandesa amarra o par. Consegui na internet uma imagem com um par bastante parecido:<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn7gkmyXoABmT34RYeb39gzaTkk45-eytdMnP45zOI6kL4TBpQi0vPHcrr4lPh50rI_1ehasrf06xmJvejkjaXTX3t7rnGuNyLKvDBSQ30elHSVKYk3sSboEU6qJWvb5-1srGmmEpuNkGb/s1600/sapatos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn7gkmyXoABmT34RYeb39gzaTkk45-eytdMnP45zOI6kL4TBpQi0vPHcrr4lPh50rI_1ehasrf06xmJvejkjaXTX3t7rnGuNyLKvDBSQ30elHSVKYk3sSboEU6qJWvb5-1srGmmEpuNkGb/s1600/sapatos.jpg" /></a></div>
Além dos sapatos, trago as cartas que trocávamos quando se encontrava em férias e os livros que trazem dedicatórias que tinham a mesma medida da delicadeza que deve ter uma amizade.<br />
Fui embora. Voltei a Garanhuns e trouxe comigo os significativos sapatos. Desde então, morei em muitas cidades e sempre levo comigo aquele par de sapatos que são pendurados na parede do meu quarto. Assim, é possível lembrar daquela amizade que pisou o chão da minha existência e deixou sulcos profundos porque sincera. Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-53938694490821673522013-11-30T23:00:00.000-03:002013-11-30T23:00:10.213-03:00Rodin e Camille Claudel <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzQ-tHO971MPOiipbLMckirKx49g3EA0LzN__gN0JV8-q6mDD52t41WBzrUBxRsXcOulTfeijgxSCqaC1V3lr8O1QCu4mXBBwFsJiU-K1EHduSqM_Z77u38IOZCOg1XD2ySJNzIk3MQGeL/s1600/rodin.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzQ-tHO971MPOiipbLMckirKx49g3EA0LzN__gN0JV8-q6mDD52t41WBzrUBxRsXcOulTfeijgxSCqaC1V3lr8O1QCu4mXBBwFsJiU-K1EHduSqM_Z77u38IOZCOg1XD2ySJNzIk3MQGeL/s1600/rodin.jpg" /></a></div>
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Foi no Teatro Santa Isabel que vi a peça Camille e Rodin que, diga-se de passagem, teve os ingressos esgotados no dia anterior. Só consegui porque houve desistência e comprei ingresso de terceiro. A relação - entremeada de dor e alegria - entre os escultores franceses Camille e Rodin não me era estranha uma vez que já havia assistido dois filmes que fazem recortes diferentes dessa relação. No primeiro filme, <i>Camille</i> <i>Claudel</i>, temos o encontro e a aceitação de Camile por Rodin para que trabalhe em seu atelier, seguidos da paixão e das consequências dessa paixão para a vida dos escultores. No segundo, Camille Claudel 1915, tem Juliete Binoche no elenco e foi dirigido por Bruno Dumont. Esse segundo faz outro recorte da vida de Camille, pois agora se encontra num manicômio por vontade e determinação da família. Faltava, então ver Camille e Rodin no palco. <br />
Com Leopoldo Pacheco e Melissa Vettore no elenco, a peça começa apresentando Camille internada no manicômio e muito angustiada com a ausência da família que a abandona naquele lugar que julga não pertencer. Ansiosamente aguarda uma visita do irmão e escreve reiteradas cartas suplicando que a visite e a leve com ele.<br />
Num cenário construído para cooperar com a carga dramática dos fatos que estão por vir, o segundo ato coloca Camille no atelier de Rodin pedindo para ser uma de suas alunas. No início, a rispidez de uma resposta que desconfia do talento da moça é substituída por uma aceitação que chega seguida de admiração pelo trabalho da jovem. Apaixonam-se.<br />
Essa paixão, em ambos, desagua na arte que produzem e a cooperação de Camille ajuda a projetar ainda mais um Rodin que já goza de um reconhecimento tácito. Com o passar do tempo, Camille passa a exigir momentos cada vez mais extensos ao lado de Rodin que não os pode dar porque é casado e divide sua atenção com outra mulher. Aos poucos, os encontros entre Camille e Rodin passam a ficar cada vez mais tensos. Ela questiona o papel da arte e seu valor estético num momento de transição artística pela qual a França passa, dispara questões sobre a relação amorosa que entretém com Rodin e critica fortemente o fato de Rodin se apropriar das suas obras e vendê-las como sendo dele. O clima de tensão aumenta à medida que a narrativa se desenvolve e os encontros entre Rodin e Camille parecem um verdadeiro barril de pólvora prestes a explodir. O desenrolar dos fatos são intercalados com a solidão e crises que Camille vivencia no manicômio.<br />
Não há dúvida que ambos se amavam. Mas esse amor não foi suficiente a ponto de Rodin fazer uma escolha por Camille e respeitá-la como escultora de grande talento. Antes de ser enviada ao manicômio pela família, Camille destrói toda sua obra como forma de simbolizar uma ruptura com um passado de tormento e também com o fato de em vida não ter conseguido vender uma única peça.<br />
O texto é extremamente denso e ácido, a iluminação fraca e que deixa o palco na penumbra acentua a tragicidade que marcou essa história de prazer, amor e ódio, o cenário e os figurinos formam com o todo da peça o ambiente ideal para o desenvolvimento de uma narrativa dividida entre os desatinos de uma paixão e a tentativa de construção de uma nova maneira de significar por meio da arte as mudanças desencadeadas entre os séculos XIX e XX.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxsgj08wqSQEJAPmtIzaJA3dyRXhfE8Jzw_XDuiazMsDWfGjQcyl2JL5STcLPB_DyednsABO9FKxtpPClnJ8a1DiuUp-kbJAIoBOYR6acGpVRig6gflBruCfnQDudw3KmMOU0S7XvtPqhu/s1600/camile.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxsgj08wqSQEJAPmtIzaJA3dyRXhfE8Jzw_XDuiazMsDWfGjQcyl2JL5STcLPB_DyednsABO9FKxtpPClnJ8a1DiuUp-kbJAIoBOYR6acGpVRig6gflBruCfnQDudw3KmMOU0S7XvtPqhu/s1600/camile.jpg" /></a></div>
<br />Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-10704034235116512342013-11-29T15:10:00.000-03:002013-12-01T13:31:10.856-03:00A extensão do CaminhoCaminhos da América do Sul calculou o percurso realizado até agora. Esse
percurso implica Argentina-Chile-Peru e Bolívia. Foram 5.133km de
experiência geográfica e humana.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwtxSyOTDf_oTEETYZPpCzhKQaziAfNRqnqQCwB3f3s0wW92QlRMxLLOOwXtah3Kxb_3UmtDUQgjDfEHdcKx_yO8-RvMxaMvkNTLZ7FyS7CvmDjjesEt2pPV6ELmjfGioFJcEavQGY-W3h/s1600/Caminhos+Luciano-01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwtxSyOTDf_oTEETYZPpCzhKQaziAfNRqnqQCwB3f3s0wW92QlRMxLLOOwXtah3Kxb_3UmtDUQgjDfEHdcKx_yO8-RvMxaMvkNTLZ7FyS7CvmDjjesEt2pPV6ELmjfGioFJcEavQGY-W3h/s1600/Caminhos+Luciano-01.jpg" /></a></div>
Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-84027591528135263332013-11-27T13:06:00.000-03:002013-11-27T13:06:08.496-03:00Brassaï e a noite<span class="userContent">Brassaï interessava-se pela noite parisiense. O
olhar do fotógrafo privilegia o corpo. Esse corpo vigiado, normatizado,
macerado - no dizer de Foucault em Vigiar e Punir - durante o dia, mas
que à noite encontra uma brecha através da qual r<span class="text_exposed_show">esiste,
subverte, singulariza-se. O seu olho não deixa escapar nada nem
ninguém: prostitutas, rondas noturnas, gays, cabarés, amantes,
crimes...Tudo cabe no seu olhar sensível àquilo que evitamos ver, mas
está lá.</span></span><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-VizORpjJ4jk8rI8JT6U8HaqZxdaPmlXJ3VG8LK1Oy7574Q9n8e1fq3ZGNGhQ1qJCVLpGabSZWaBZKKQm7GCeyQptg4OJJKwFy00P9Nb3sdHSQkOsuRMauCCRPC_YPGz2yMwdYRF71Wlo/s1600/brassai.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-VizORpjJ4jk8rI8JT6U8HaqZxdaPmlXJ3VG8LK1Oy7574Q9n8e1fq3ZGNGhQ1qJCVLpGabSZWaBZKKQm7GCeyQptg4OJJKwFy00P9Nb3sdHSQkOsuRMauCCRPC_YPGz2yMwdYRF71Wlo/s1600/brassai.jpg" /></a></div>
Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-33909432277476369582013-11-04T10:14:00.001-03:002013-11-04T10:14:16.250-03:00Direito dos animais: “eles têm a qualidade idêntica aos homens”<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk64UaI6iCrPy8M4LkMR5OIlL_Is7TpKzJHDAsMwpKUMSfbnuXf1KQqpMN4OjNBroFNLCGolykPvz8IhEZ-vUzX3T88ZBLRdAbmdzm1THlpnhl5CABvmq-10EMal3ZoElC0PMB0l8hdcuk/s1600/direitodosanimais.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="182" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk64UaI6iCrPy8M4LkMR5OIlL_Is7TpKzJHDAsMwpKUMSfbnuXf1KQqpMN4OjNBroFNLCGolykPvz8IhEZ-vUzX3T88ZBLRdAbmdzm1THlpnhl5CABvmq-10EMal3ZoElC0PMB0l8hdcuk/s320/direitodosanimais.jpg" width="320" /></a></div>
Entrevista: <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Matthieu_Ricard" target="_blank">Matthieu Ricard</a>,
monge budista tibetano, autor e porta voz de S.S. o Dalai Lama,
juntou-se ao manifesto para mudar o status jurídico dos animais. Ele
explica ao jornal francês, Metronews, as razões de seu engajamento nesta
causa. Tradução do francês para o português de Gleisy Coimbra.
Matthieu Ricard faz parte das numerosas assinaturas do manifesto de um novo status jurídico dos animais na França.<br />
<strong>Porque ter assinado este manifesto?</strong><br />
Porque é uma realidade: os animais são seres sencientes, que tem um
direito natural de não sofrer ou pelo menos que não os levemos ao
sofrimento. É preciso ser cego para não ver que os animais têm as
qualidades idênticas aos homens: empatia, bondade, cuidado com os outros
seres… Assim, não podemos os tratar como controladores ou objetos.<br />
<strong>O que este reconhecimento poderá implicar?</strong><br />
Reconhecer que são seres sencientes implica na forma maneira a qual
nós os tratamos. A maldade já é punida por lei. Mas quando se trata de
exploração industrial, a lei é muito ampla. Por exemplo, 20 % dos
animais enviados à matadouros ainda estão conscientes no momento em que
eles são abatidos. Isto é inadmissível. Sendo consideradas como objetos,
é uma desculpa fácil de usar a nosso critério. Os humanos matam 1
milhão de animais terrestres e cinco vezes mais de animais marinhos a
cada ano. É preciso ver a verdade. Não pode-se ter uma sociedade mais
ética deixando de fora uma seção inteira da vida, que são animais.<br />
<strong>É preciso, então, acomodar todos os animais no mesmo barco?</strong><br />
Claro, eles são seres sencientes. É preciso reconhecer todos eles
como tais. Pessoalmente, eu não faço diferença entre uma vaca e um
cachorro. Os porcos são, de certa maneira, mais inteligentes que os
chimpanzés, por exemplo. E se os peixes não têm expressão facial, eles
têm um mesmo sistema nervoso que faz com que eles sintam dor. Não se
pode negar.<br />
<strong>Como a religião budista vê os animais?</strong><br />
Como um ser senciente que não têm a mesma sofisticação do homem –
chamado de inteligência – mas como ele tenta evitar o sofrimento e
atingir o bem-estar. Esta aspiração deve ser respeitada. Neste sentido, a
não violência frente aos os animais é uma extensão lógica do que
defendemos para os seres humanos.<br />
<br />Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2263249013526410817.post-51010255423739028062013-10-28T23:30:00.001-03:002013-10-28T23:30:24.601-03:00Crônicas de um mochileiro em SucreSucre é a capital constitucional da Bolívia e La Paz a capital administrativa. Em Sucre, o "caminho" aproximava-se do fim. Após Sucre, viria Santa Cruz de la Sierra que serviria apenas de trampolim para me lançar de volta ao Brasil.<br />
O encanto de Sucre não dá as boas-vindas ao turista na rodoviária que não agrega beleza alguma e mais parece um mercado popular onde corredores estreitos abraçam milhares de pessoas que chegam e saem da cidade a todo momento. Cansado, com pouco dinheiro e de posse da informação de que o centro de Sucre é muito caro, resolvi hospedar-me num hostal próximo à rodoviária. Não recomendo. Não que o lugar seja ruim, mas o mochileiro ficará muito distante do centro e dos pontos turísticos da capital. Além disso, ônibus ou táxi são imprescindíveis para chegar ao centro. Fora isso, Sucre é essa cidade que resumirei nas próximas linhas.<br />
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O ar colonial encontra-se estampado nas ruas que fazem desfilar diante dos olhos atentos e, a um tempo, deslumbrado, uma inacabável série de casas, museus, bancos, estabelecimentos comerciais, artesanatos, cafés, restaurantes, praças, igrejas e tipos humanos que deixam o mochileiro se perguntando se ainda está na Bolívia, uma vez que os traços físicos, o comportamento delicado e sofisticado, as roupas e os interesses musicais, literários e arquitetônicos mudam significativamente. Há uma altivez permitida e não agressiva no comportameto do habitante de Sucre que todos os dias desliza sua delicada elegância entre o patrimônio histórico conservado que a cidade abriga e as montanhas que coloca Sucre numa posição geográfica invejável: 2.800m (9.200 pés) acima do nível do mar. Logo, em qualquer época do ano, casacos, ponchos e luvas caem bem.<br />
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A cidade não dispõe de muitos passeios turísticos, não obstante, é possível informar-se sobre os poucos que dispõe nas agências que estão localizadas no centro histórico. Volto a dizer: Sucre é uma cidade cara. Até para o mochileiro que dispõe de um montante com certa folga, é possível que tenha que organizar bem as finanças para que evite perrengues financeiros. Só para ter uma ideia: o artesanato vendido em Sucre é um dos mais caros em toda Bolívia. As roupas tradicionais feitas da lã das llamas podem chegar a preços abusivos e vendidas em lojas de grife. Recomendo ao mochileiro com pouco ou muito dinheiro: ver e deixar lá.<br />
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As praças são bem cuidadas e raramente vemos lixo nas ruas. Antes, placas para que nativos e turistas cuidem das plantas, praças e lugares públicos de modo geral, espalham-se pela cidade. Eles têm um apreço tão genuíno pelas praças que podemos nos deparar com uma obra de arte verde como a da foto acima. Nessa praça, passava horas, lendo jornais, observando os comportamentos humanos e fotografando um detalhe, uma cena que despertasse o olhar.<br />
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Uma vez que Sucre dispõe de um parque reservado aos dinossauros que habitaram a região, é comum o turista ver elementos que se relacionam ao Parque Cretáceo, maior atração turística da cidade.<br />
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Por fim, penso que a organização, a valorização cultural e a educação para dividir o espaço físico vem do reconhecimento daquele que pode vir a ser primordial na formação do cidadão responsável por si, mas ciente do entorno que o cerca e exige dele igual responsabilidade: o professor. Fotografei esse monumento que faz uma justa homenagem ao educador e, na figura dele, todos os elementos relacionados ao processo educacional que não começa na escola nem no professor, mas implica a contínua construção e desconstrução de toda uma vida.<br />
Cheguei ao fim, mas com um pressentimento sutil de que se tratava de um começo.<br />
Santa Cruz de la Sierra foi meu último destino e ali deixei o solo boliviano trazendo a poeira de uma terra milenar toda feita de crenças, costumes, etnias e uma alma capaz de enamorar o mochileiro desavisado. É isso.<br />
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<br />Luciano Azevedohttp://www.blogger.com/profile/07962462732187805497noreply@blogger.com0