Se não falas, vou encher o meu coração com o teu silêncio e agüentá-lo. Ficarei quieto, esperando, como a noite em sua vigília estrelada com a cabeça pacientemente inclinada. A manhã certamente virá; a escuridão se dissipará, e a tua voz se derramará em torrentes douradas por todo o céu. Então as tuas palavras voarão em canções de cada ninho dos meus pássaros, e as tuas melodias brotarão em flores por todos os recantos da minha floresta. (Rabindranath Tagore)
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sexta-feira, 1 de abril de 2011
Manuel Bandeira: poemas revisitados
Por ocasião das comemorações em virtude do aniversário de Manuel Bandeira, publicarei poemas selecionados desse inesquecível homem das letras. Se estivesse vivo, Bandeira completaria 125 anos. Ignorando os limites temporais, o poeta preferiu eternizar-se. Ele conseguiu...
Minha grande ternura
Minha grande ternura
Pelos passarinhos mortos;
Pelas pequeninas aranhas.
Minha grande ternura
Pelas mulheres que foram meninas bonitas
E ficaram mulheres feias;
Pelas mulheres que foram desejáveis
E deixaram de o ser.
Pelas mulheres que me amaram
E que eu não pude amar.
Minha grande ternura
Pelos poemas que
Não consegui realizar.
Minha grande ternura
Pelas amadas que
Envelheceram sem maldade.
Minha grande ternura
Pelas gotas de orvalho que
São o único enfeite de um túmulo.
(Manuel Bandeira)
Força sempre!
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Um comentário:
Manuel Bandeira atua com propriedade no âmago do ser humano.
Leitura obrigatória!
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