Se não falas, vou encher o meu coração com o teu silêncio e agüentá-lo. Ficarei quieto, esperando, como a noite em sua vigília estrelada com a cabeça pacientemente inclinada. A manhã certamente virá; a escuridão se dissipará, e a tua voz se derramará em torrentes douradas por todo o céu. Então as tuas palavras voarão em canções de cada ninho dos meus pássaros, e as tuas melodias brotarão em flores por todos os recantos da minha floresta. (Rabindranath Tagore)
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terça-feira, 30 de agosto de 2011
Crime e Castigo
Crime e Castigo é a obra célebre do escrito russo Fiódor Dostoiévski. Escrito em 1866, Crime e Castigo consiste num livro dos dias do jovem Raskólnikov. Após um assassinato, o protagonista ver-se-á perseguido pela lembrança e sentimento de culpa que emoldura suas escolhas, ações e reflexões ao longo da narrativa.
A abordagem psicológica das personagens pontilha a narrativa e nos coloca em estado de auto-reflexão e análise. De repente, vemo-nos vasculhando nossas próprias seguranças, certezas e princípios numa tentativa de consolidá-los ou reorientá-los sob nova perspectiva: aquela construída por Dostoiévski e realizada por Raskólnikov.
Durante a leitura, travamos contato não com personagens, mas arquétipos que atualizam crenças, ideologias, códigos morais, de maneira que não ficamos impassivos, mas somos tragados pelo fluxo desencadeado por essas forças/energias humanas.
A concepção de Deus que sustenta a narrativa e impõe parâmetros ao seu desenvolvimento determina o curso das ações. Penso que essa concepção coincide com aquela cunhada em Irmãos Karamazov: "Como Deus e a imortalidade não existem, é permitido ao homem novo tornar-se um homem-deus, seja ele o único no mundo a viver assim." - F. Dostoiévski - O diálogo com o demônio (in Irmãos Karamazov, 1879).
Sem dúvida, obra-prima!
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2 comentários:
A concepção de Deus em Dostoiévski é uma das mais maduras que já observei. Fico impressionado como ele aborda a suma questão teológica. A obra de Dostoiévski é um excelente exemplo de existencialismo religioso.
Foi justamente através d Dostoiévski, para quem o niilismo é um possível caminho para Deus, que cheguei à dimensão religiosa (cristã).
Com certeza, Dostoiévski é um dos melhores escritores de todos os tempos, se é que posso avaliar dessa forma.
In Corde Jesu, semper,
Rômulo Cézar Souza
Vi na época da faculdade, e é dessas obras que muda a vida de quem lê, tamanha reflexão e embargos interiores que exprime.
Sem dúvidas eu repensei o papel da religião após a obra. Contestei, matutei...e mudei!
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