Se não falas, vou encher o meu coração com o teu silêncio e agüentá-lo. Ficarei quieto, esperando, como a noite em sua vigília estrelada com a cabeça pacientemente inclinada. A manhã certamente virá; a escuridão se dissipará, e a tua voz se derramará em torrentes douradas por todo o céu. Então as tuas palavras voarão em canções de cada ninho dos meus pássaros, e as tuas melodias brotarão em flores por todos os recantos da minha floresta. (Rabindranath Tagore)
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quarta-feira, 22 de junho de 2011
Luiz Gonzaga Canta o Sertão Nordestino
A emoção correu solta pelo auditório da Escola Técnica Estadual Agamemnon Magalhães na tarde de ontem. A razão foi a apresentação do musical Luiz Gonzaga Canta o Sertão Nordestino organizado pelos alunos do primeiro ano dos cursos de Design e Manutenção e Suporte em Informática. Através de texto e performances emocionadas, o grupo falou da esperança nunca ausente do coração do sertanejo e das dores e desilusões que enfrenta quando encara o chão rachado, a seca que se prolonga, as necessidades não saciadas e as promessas não cumpridas de políticos descomprometidos. A peça viajou por esses caminhos feitos de olhos que se voltam para o céu em busca de ajuda e proteção divina e pés que pisam o chão da mais dura realidade. Diante disso, só resta um desejo: deixar o sertão e buscar em terras estranhas a dignidade que não sobrevive em meio a tanta solidão e penúria. Embora tenha os pés fincados nessa terra que já não dá frutos nem flores, o sertanejo quer salvar ao menos a alma se já não pode salvar o corpo minguado que definha entre os gravetos ressequidos da caatinga.
Acredito que essa foi a melhor aula de português, pois possibilitou a reflexão séria e emocionada acerca de problemas sociais que se estendem ano após ano e não encontram solução porque ainda não foram encarados por um espírito decidido a resolvê-los. Os alunos encarnaram essa figura forte e arquetípica que é o sertanejo e deixaram uma mensagem importantíssima e atual: a esperança não fenece, mesmo quando mente e corpo desconhecem sua presença que parece mais uma ausência que não se desfaz.
A peça foi acompanhada pela música do coral da escola que recebeu do aluno Thiago Pedrosa uma regência magistral. Além disso, tivemos a participação do grupo de dança dirigido por Maria Lara, Maria Alice e Núbia Rafaela. Alinhados e conservando um sincronismo que os colocou numa sintonia que beirava a perfeição, os alunos da ETEPAM mostraram que o teatro, a música e a dança são instrumentos indispensáveis de reflexão, encantamento e representação emocionada da realidade. Ao fim do espetáculo, só nos restaram as lágrimas. Força sempre!
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