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domingo, 1 de fevereiro de 2009

O ESCAFANDRO E A BORBOLETA


Vou começar essa nova fase do blog comentando o filme O escafandro e a borboleta. Dirigido por Julian Schnabel, o filme conta a história de Jean-Dominique Bauby, editor bem-sucedido da revista Elle, que sofreu um derrame aos 43 anos de idade. A obra recebeu quatro indicações ao Oscar, ganhou dois globos de ouro (melhor filme estrangeiro e diretor) e venceu o Festival de Cannes (melhor diretor).
A história da tragédia que se abateu sobre a vida do editor francês Jean-Dominique é contada de tal maneira que o espectador, à medida que acompanha o desenrolar das cenas, é levado a refletir sobre sua própria vida e o modo como tem vivenciado seus dias. O jogo que o diretor faz entre passado e presente, dão a dimensão desses dois momentos da vida do Dominique: um passado cheio de possibilidades e um presente reduzido aos limites de um corpo inerte. Contemplado com um passado vigoroso, Dominique é surpreendido no meio do caminho por uma doença que reduz os movimentos de seu corpo ao piscar de um único olho através do qual busca comunicar-se. Inevitável, durante o filme e depois dele, não pensar nessas peças que a vida nos prega e que nos deixam impossibilitados de reparar erros, reconstruir nossa história, reencontrar amigos, amar indistintamente. Mas o filme não nos faz refletir apenas sobre aquilo que poderíamos ter feito e, por algum motivo, não podemos mais. Ele traz uma mensagem de superação desses limites impostos pela vida. Dominique morre dez dias após a publicação do seu livro que foi “escrito” por meio de piscadelas que eram associadas à letras. É preciso entendermos que somos o nosso corpo e algo mais que ele. E isso a vida de Jean-Dominique nos ensina. O filme é altamente espirituoso e vale a pena assisti-lo.

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