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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Literatura argentina para brasileiros

Depois de percorrer o território físico da Argentina, agora percorro o território movediço, emocionado e fictício da literatura produzida em território argentino. Nesse mergulho no oceano sem fundo da literatura, posso entrever um cenário construído por palavras que permitem acessar um modo de dizer e significar o cotidiano, as relações amorosas, as discrepâncias e mazelas sociais, enfim, a vida. Neste post, trago a poesia de Aldo Oliva e Ivana Alochis e a prosa de Antonio di Benedetto e Cristina Loza. Aldo Oliva nasceu na cidade de Rosario em 27 de janeiro de 1927 e publicou seu primeiro livro de poemas aos 59 anos. Apesar da publicação tardia, Oliva começou a produzir poemas nos primeiros anos da juventude. Em Poesía Completa, Oliva reúne a melhor parte da sua produção poética. Cristina Loza nasceu e reside em Córdoba. Ela é fisioterapeuta egressa da Universidade Nacional de Córdoba. Sua primeira novela, Malasangre (2002), recebeu críticas positivas. El revés de las lágrimas (Emecé, 1997) obteve grande êxito de crítica e público, com mais de 20.000 exemplares vendidos. Publicado em 2008, La Hora del Lobo, conta a história de Pilar, mulher disposta a reencontrar seu próprio caminho a partir das memórias e dos lugares com os quais se depara durante a narrativa.
Ainda de Córdoba, temos a poeta Ivana Alochis que é licenciada em língua e literatura castelhanas. Egressa da Escola Superior de Línguas da UNC, Ivana tem publicações que elucidam questões referentes à gramática espanhola. Seu livro de poemas, Fuego en el Patio de Atrás, foi publicado em 2010 pela Salvoconductos.
Por fim, Antonio Di Benedetto. Nasceu na cidade de Mendoza em 1922 e morreu em Buenos Aires em 1986. É autor de novelas e vários livros de relatos. Recebeu numerosos prêmios e seus livros têm sido reeditados e traduzidos para outros idiomas. Los Suicidas foi reeditado em 2010 e está em sua 4ª edição.
Fico por aqui.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

...e a viagem não acabou.

Ainda lembro as palavras de Mauricio Avallos: "aqui na Argentina, quando alguém quer se mostrar inteligente, culto, diz que leu Jorge Luis Borges". Expressão maior das letras argentinas, Jorge Luis Borges deixou atrás de si uma obra extensa que inclui poemas, contos e ensaios. Borges teve seu talento reconhecido por meio de prêmios que recebeu ao longo da vida por governos estrangeiros, como o Cervantes em 1979. Conhecendo a vida e o percurso literário de Borges, entende-se o fato de pessoas lançarem mão de sua obra, a fim de fazerem um marketing pessoal. Borges é, de certo modo, lendário, de maneira que acessar essa lenda e apropriar-se de suas palavras é sinal de distinção seja em que nível for. Os leitores de Borges têm que se orgulhar mesmo! Quando se pensa numa viagem, pensa-se imediatamente em descanso, passeios e na possibilidade de desligar de tudo aquilo que ocupou sua mente e seus dias até então. Além desses elementos que, em proporções diferentes, estão presentes em qualquer viagem, busquei estabelecer um vínculo com a cultura dos países por onde passei e, foi com esse projeto em mente, que vasculhei produtos culturais que fossem capazes de me fazer entrever a alma desses países e a visão de mundo dos seus habitantes. Desse modo, em Buenos Aires, trouxe dois grandes da literatura em língua espanhola: Jorge Luis Borges - que já comentei acima - e Julio Cortázar. Mas não fiquei apenas na literatura e passei a minha segunda paixão: a música. Abaixo faço uma pequena relação dos diamantes que guardei ciosamente como quem tenta guardar água no deserto sem dispor de um recipiente. Da literatura: Jorge Luis Borges. El libro de arena. 1ª ed. Buenos Aires: Debosillo, 2011. Julio Cortázar. Todos los fuegos el fuego. 1ª ed. Buenos Aires: Aguilar. Da música: Soda Stereo (Gira): Me Veras Volver. Los Fabulosos Cadillacs: Vasos Vacios Encuentros de Grandes: Rock Argentino. Southamerican big sessions. Tapeku´A: Água A caça aos produtos acima descritos permitiu que entrasse em contato com pessoas e pudesse aprender mais sobre o espanhol falado. A leitura das letras das músicas, bem como da apresentação dos autores na quarta capa dos livros, possibilitou o entendimento do funcionamento do espanhol escrito. Imergir nesse mundo feito de palavras e sons, permitiu um entendimento acerca dos sonhos que argentinos alimentam, dos arquétipos que reproduzem e das lutas nas quais cotidianamente se engajam. É isso.