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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Crônicas de um viajante em Buenos Aires

Buenas noche, chicos y chicas! Cada dia melhor...rs Segundo dia em Buenos Aires e meus pés já gritam por todos os poros. Hoje foi bastante cansativo, mas nao (o til tá de folga novamente) me dei por vencido. Mas antes de falar do percurso desse segundo dia, gostaria de destacar a quantidade de brasileiros no hostel e nas ruas de Buenos.Quase nao tenho ouvido espanhol nas áreas turísticas. Ontem estacionaram uma van na frente do hostel e desembarcaram milhares deles (estou falando baixinho porque há quatro ou cinco bem pertinho). Às vezes, bate uma dúvida que chego a perguntar: "Estou mesmo fora do Brasil?¨ Brasileiros formam a parte descontraída, festiva da cidade; além de injetar muito dinheiro na economia argentina (eu sou quase zero econômico aqui e, dessa maneira, nao me tomem como exemplo do que acabo de falar). Mudando de assunto... Quero registrar o defeito no ventilador que parou de funcionar de uma hora para outra na noite de ontem e a porta do quarto que insiste em querer entrar sem bater. Empilhamos livros embaixo da porta, mas nada consegue mantê-la fechada. Temos nos divertido com isso... Acerca do povo argentino, continuo com as mesmas boas impressoes do primeiro dia. Nada mudou. Hoje nao levei bronca do guarda por tentar entrar nos parques após o horário permitido nem da funcionária do metrô por tentar passar nota falsa (que vergonha!!). Aí vao algumas peculiaridades do povo argentino: a) as pessoas aqui fumam muito e, de acordo com minha estimativa do olhar, mulheres parecem fumar mais que os homens. Acho que a campanha contra o tabaco ainda nao chegou por aqui; b)argentinos nao se esforçam por entender-nos em português. Quando meu portunhol dá defeito, nao há acordo e corro o risco de ficar sem a informaçao. Ainda bem que tenho um bom vocabulário e acabo encontrando uma palavra em português ou inglês que permite o entendimento; c) os argentinos têm um senso de nacionalidade e patriotismo notório. Isso aparece nas bandeiras hasteadas em vários prédios e expostas em estabelecimentos. Outros elementos da cultura argentina também sao bastante explorados pelo comércio, como a Mafalda, o tango, a seleçao nacional de futebol, entre outros; d) os argentinos sao comedidos. Hoje presenciei uma tentativa de assalto no metrô(durante o embarque), e a vítima pronunciou "polizia" de uma maneira que parecia chamar a mae dele. Em seguida, outra pessoa repetiu "polizia" de modo moderado (nada de: - Polícia, pegue o filho da puta que tentou me assaltar). Aqui há polidez até na hora do desespero. e) os argentinos sao bastante conscientes dos seus direitos e deveres e ainda trazem o espírito revolucionário de Che Guevara cunhado em suas cabeças. A figura de Che aparece em vários lugares e objetos. Depois desse longo resumo sobre o perfil do argentino, vou brevemente falar das minhas andanças e descobertas. Pela manha, conheci o bairro bucólico de San Telmo que verte nostalgia em suas construçoes históricas e em estilo colonial. Passei pelo parque Lezama, a Igreja Ortodoxa da Santíssima Trindade, Museu Histórico Nacional, Museu de Arte Moderna etc. Algumas coisas chamaram minha atençao nesse bairro: a arquitetura, a presença de judeus e pessoas puxando entre seis e oito cachorros. Mal consigo dominar minha basset, de maneira que nao consigo me imaginar conduzindo dez cachorros. Acho que isso justifica a quantidade de cocô deixada pelos bichinhos com o pleno consetimento do dono. Depois do agradável San Telmo, segui a La Boca e Caminito. Durante o percurso, parei para fotografar o estádio do Boca Juniors (sugiro que mudem as cores do estádio). Ali comprei souvenirs e segui em direçao a Caminito. Esse museu de rua arranca suspiros de qualquer pessoa. É um lugar colorido, onde pululam artistas e objetos de arte. O tango toma conta das ruas e é possível assistir a uma apresentaçao de tango sem pagar nada. Nesse lugar, almocei e voltei de ônibus a 9 de Julio. Paguei $1,20 no ônibus que dispensa cobrador. O passageiro deve trazer moedas e depositá-las numa máquina que, após reconhecer o pagamento, libera um ticket. Diga-se de passagem, o ônibus estava cheio de brasileiros e eu me atrevi a ensiná-los a chegar a Casa Rosada. Espero que tenham consigo chegar com minhas informaçoes truncadas. À tarde, voltei ao hostel porque esqueci de recarregar a bateria da câmera. Por volta das 16h30, voltei a Palermo para conhecer o Jardim Botânico e o zoológico. Esse último nao foi possível, pois novamente cheguei após o horário de funcionamento. Em seguida, fui procurar a rua onde o escritor argentino Jorge Luis Borges nasceu e descansar em uma das tantas praças que Palermo abriga. Quando voltava, comprei uma camisa bombástica do Pink Floyd (The Wall). Com a coluna e os pés em dores de parto, peguei o metrô e voltei ao hostel. Ao fim do dia, fiz um balanço do quanto aprendi de espanhol e fiquei intrigado em saber que o significado de venta aqui nao tem nada a ver com aquela palavra que costumava nomear nariz quando, menino, conversava com os amigos em Garanhuns. Em espanhol, "venta" significa venda de vender. É isso mesmo. Por exemplo: "Venta tarjetas" significa venda de cartoes e nao um adjetivo para nariz ou coisa parecida. Essas línguas malcriadas dao o que falar (se for em espanhol, melhor). Fin. P.S.: Próxima parada: Rosario. Deixo o hostel às 11h e sigo envolto em perplexidades deixadas pela beleza da capital argentina.

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