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domingo, 30 de dezembro de 2012

Havana

Havana, 1958. A cidade encontra-se devastada. A milícia de Fidel Castro enfrenta o Exército liderado por Fulgencio Baptista e rebeldes comunistas são caçados porque desejam a Revolução. Em meio ao caos, Jack (Robert Redford) conhece Roberta (Lena Olin) por quem se apaixona. Melhor cena: após uma sessão de tortura, Roberta, de rosto crispado e choroso, olha o corpo de uma conhecida que foi assassinada pela polícia do SIM. Ao final do filme, Jack separa-se de Roberta e, após alguns anos, rememora: - Sento-me de costas para a parede, de olho na porta. Você nunca sabe quem vai entrar. Alguém que tenha perdido o rumo.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Um filme de Jean-Luc Godard



Para Sempre Mozart, de Jean-Luc Godard, apresenta várias histórias que se entretrecruzam e permitem uma reflexão - acima de tudo filosófica - acerca da vida, da morte, da arte de representar, da literatura e do cinema. Alguns trechos ditos ...pelos personagens:
"A morte não existe. Só eu... eu... que vou morrer."
Sobre a filosofia, Camille diz: "O que permanece em vigília em nós até no sono se deve a sua difícil amizade."
E sobre a representação: "Conhecer a possibilidade de representar nos consola da sujeição à vida." 
Tudo isso, ao som de Mozart. Sempre.
 Roteiro, fotografia, argumento, locação e trilha sonora impecáveis!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa recebeu novo ano para entrar em vigor: 2016. Por enquanto, só o Brasil fez a lição de casa e os demais, como Portugal por ex., arrastam as mudanças. Vale salientar que ortografia não é gramática, mas política. Ela é estabelecida de acordo com interesses políticos e, por isso, pode sofrer tantas alterações quantos forem esses interesses. Desnorteados ficam os professores, alunos e o cidadão brasileiro que aprende e desaprende a todo instante. Enquanto o conchavo político não acontecer e encontrar a paz, todos nós pagamos por isso.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A receita de Nicholas Sparks

Eu seria um homem de sorte se Nicholas Sparks me revelasse o segredo do sucesso. Em 2010, faturou cerca de 14 milhões e vendeu mais de 55 milhões de livros. No Brasil, Paulo Coelho - que segue receita parecida - já vendeu mais que Flaubert e Guimarães Rosa juntos. Dores de cotovelo transformadas em números que viram best-sellers e alguns milhões na indústria cultural.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Reportagem de capa da Veja da semana passada e artigo da filósofa Marcia Tiburi discutem a qualidade estética e de conteúdo dos best-sellers. Entendido como produto da cultura de massa, Marcia Tiburi dispara: "O desejto de audiência é o des...ejo de fazer parte, de frequentar o clube, de entrar no estádio de futebol, de ver a novela que todos veem, de também ler o livro da lista dos mais vendidos. A lista aglutina a massa e assim conquista os indivíduos." Fica aí para pensar.


A Cult deste mês traz uma entrevista com o poeta Manoel de Barros que descreve assim os paradoxos do andarilho:
"Do lugar onde estou já fui embora. Andar é um dom da inércia. Eu tenho um dom de traste atravessado em mim. Como trovão eu sou... levado a sério. Quero não falar até chegar ao silêncio dos vermes. Um pingo de sol na formiga fica maior que o mar. Sou muito concorrido de bobagens. Eu só ando por dentro de mim; se fui em outro lugar foi para me ver. Não saio de dentro de mim nem para pescar. Ando mais por dentro de mim do que na estrada.Passarinhos existem para dar movimento ao entardecer.Eu me recolho no abandono para ser livre. Desenharam nas pedras meu silêncio.Uma árvore que eu vi dava borboleta em vez de flor. Só o cinzento de uma tarde me amanhece. Mexer con gratuidades me enriquecem." Ao fim da leitura, só vertigens.



terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Um Dia de Cão com Al Pacino

O filme não faz parte da safra recente nem conta com efeitos em 3D. Nem por isso deixa de empolgar, emocionar e entreter qualquer telespectador. A produção estadunidense data de 1975 e apresenta Al Pacino no elenco.
A cidade é Nova York e o bairro que servirá de cenário à trama é o Brooklyn. Sonny (Al Pacino) encabeça um assalto a banco junto com o comparsa, Sal (John Cazale) e faz o gerente e demais funcionários reféns. O que era para ser um assalto cuja duração seria de 10min, passa a uma série de atropelos que resultará em revelações, mídia, catarses, protestos e reflexões sobre questões atuais em nossa sociedade como a construção de gênero. O diretor, Sidney Lumet, alinha a tensão de um ato de violência, a espectacularização da mídia e a reflexão social de uma maneira, a um tempo, responsável e bem-humorada. Vale a pena dedicar duas horas a esse clássico do cinema americano.