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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

La Désitégration

Assisti ao primeiro filme do My french film festival. Gostei. O roteiro é denso e traz á luz as contradições vivenciadas por estrangeiros árabes na vivência da sua fé e na luta por um espaço em território francês. Esse sentimento de não pertença leva ao fanatismo quando, liderados por um extremista, três jovens resolvem cometer uma ação terrorista. 

Cinema Pernambucano entre os melhores do mundo

No jornal Nueva Crónica, publicado na Bolívia e dedicado à política e cultura, encontrei na matéria 2012: las mejores películas, según la crítica o filme O Som ao Redor do pernambucano Kleber Mendonça Filho.

Crônicas de um mochileiro em Puno

Puno foi a última cidade do Peru onde Caminhos da América do Sul atracou seu mochilão. Entre Arequipa e Puno, temos Cusco e Machu Pichu que merecem uma postagem - talvez duas - muito especial. Cheguei em Puno avisado acerca do frio e não foi diferente do que me disseram. É, sem sombra de dúvida, uma das mais frias do Peru. Com apenas um dia para conhecer a cidade que possui ingresso para três ilhas, tive que eleger a ilha e organizar as coisas de tal forma que sobrasse tempo para conhecer a cidade. A ilha foi mole... Elegi aquela que ficava mais perto de Puno e havia sido indicada quando ainda estava no Brasil: La Isla Flotante de los Uros. No dia seguinte, após tomar chuva feito lavoura, fui ao porto de onde partem os barcos em direção às ilhas. Sem muita conversa nem pesquisa de preços, comprei ingressos e passagens do primeiro que me ofereceu. Mas assim o fiz, porque concluí que não estava sendo explorado. Seguimos. Passeio agradável de barco pelo lago Titicaca e uma tentativa de conversa em francês com um casal de idade avançada que também explorava a América do Sul fizeram com que a viagem passasse sem que percebêssemos e, quando nos demos conta, estávamos diante da placa Bienvenidos a Las Islas Flotantes de los Uros. Colocada numa espécie de mirador, a placa anuncia a chegada.


E o barco segue... Mas não muito. De repente, não mais que de repente, atracamos e mulheres indígenas nos recebem com cantos e mãos que acenam. Desembarcamos e, de pronto, fomos convidados a sentar em sofás feitos de "bambu" para recebermos algumas informações de uma das representantes da ilha. Sentamos e escutamos atentos as palavras que nos diziam da origem dos Uros, crenças, trabalhos e organização social. Anteriores a era colombiana, os Uros tinham como finalidade garantir a segurança dos seus membros quando desenvolveram esse tipo de habitação. Hoje as ilhas flutuantes são um grande atrativo turístico e índios vivem da venda do artesanato que é comercializado nas tendas que se encontram espalhadas pela ilha. Após a apresentação, fomos convidados a entrar em uma das casas e ali recebemos mais informações acerca da organização privada de uma família Uros. É estranho e ao mesmo tempo prazeroso andar sobre aquelas totoras. Em algumas partes, temos a impressão que aquela estrutura não é suportável e vamos afundar nas profundidades do Titicaca. Isso me deixava inseguro, embora a nossa professora tenha nos deixado tranquilos em relação à construção do "piso" da ilha.
Após a apresentação, o convite foi ao consumo. Afinal de contas, os Uros vivem basicamente da caça de aves, pesca e artesanato. Há também outra fonte de renda: o passeio de Mercedes Benz, como falou, num tom extrovertido, a nossa professora. O Mercedes Benz, a bem da verdade, trata-se de um barco feito do mesmo material (penso eu) que constroem as ilhas flutuantes. Lembra aqueles barcos dos Vikings e não me neguei a pagar 5,00 soles sob pena de despediçar a oportunidade de fazer uma viagem de Mercedes Benz pelo Lago Titicaca até a capital da ilha.
Quando o Mercedes Benz deu partida, as índias que cuidam da recepção  logo se enfileiraram e cantaram três canções em aymara, quechua e espanhol. O vídeo que disponibilizo traz a canção em quechua, língua oficial dos Incas e ainda bastante falada na comunidades indígenas.
Enfim, chegamos à capital. Ali, tudo é mais abundante. Tendas se multiplicam e temos mercadinho e restaurante onde se serve o melhor da culinária peruana. Com câmera a postos, olhar curioso e ouvidos atentos, tentava entender como conseguiam ser felizes em condições tão precárias e distantes de tudo. Não encontrei respostas. Mas tenho por certo que são felizes. E isso é possível porque não existe uma única receita para a felicidade. Talvez seja isso que a vida dos Uros queira nos provar ou nos prove indiretamente: felicidade é uma construção que pode seguir diferentes caminhos.
Voltei e, devido ao tempo escasso, não foi possível conhecer a cidade. Motivo para voltar a Puno e, quem sabe, aos misteriosos Uros.


Une Bouteille a la Mer

 
Ela? Uma francesa de 17 anos que mora em Jerusalém e vivencia os dramas inerentes à idade e à situação sociopolítica do Estado de Israel. Ele? Um palestino que trabalha entregando roupas e cujo limite físico é a faixa de Gaza onde o medo e a morte desfilam sem trégua. Ela quer entender aquele estado de coisas e ele alimenta o sonho de sair da Palestina e levar seus sonhos além dos limites estreitos da faixa. Uma carta dentro de uma garrafa lançada ao mar os une. Ele supera seus medos, aprende francês e ultrapassa a faixa de Gaza. Ela agora alimenta o desejo de poderem se encontrar em Paris. Destaco a cena que a mãe, aflita porque conflitos explodiram, olha para ele e diz: fale algo em francês. Excelente!!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Crônicas de um mochileiro em Arequipa

A cidade de Arequipa no Peru é um destino que não pode ficar fora do roteiro de qualquer mochileiro que tenha interesse em arquitetura colonial, ruas que transpiram histórias passadas e museus que, ao contar a saga dos incas, dos honoráveis arequipenhos e religiosos, contam o progresso da humanidade. Cheguei em Arequipa no dia dez de janeiro e, no dia seguinte, quando começo a desbravar suas ruas com cheiro de memória, deparo com um Centro Cultura Peruano Brasileiro que fica a alguns metros do hostal onde estava hospedado. De repente, um misto de curiosidade e espanto invadiu e arrastou meus pés até o referido instituto de ensino de português para estrangeiros. Já dentro da sua secretaria, conheço uma das professoras do instituto e podemos falar sobre a demanda de estrangeiros que buscam aprender português, número de alunos por sala, material didático, entre outras coisas. Dessa conversa, resultou que no fim da tarde ganhei um livro didático de ensino de português como segunda língua. A experiência não poderia ser melhor para um professor de português que difunde o valor intríseco e extrínseco que sua língua carrega.
 

Continuo percorrendo as ruas largas de Arequipa que apontam para a grandiosidade de suas contruções e chego à praça das armas onde a catedral se impõe como uma gigante a esmagar os meros mortais que ousam caminhar sob suas sombras ou sentar nos degraus que dão acesso a um majestoso templo que abriga não só a piedade cristã, mas objetos de arte dos mais variados valores históricos e artísticos. Foi nessa catedral que dediquei alguns minutos a fotografar e admirar um órgão que se insinuava arrojado e delicado e parecia entoar uma peça, mesmo sem alguém a dedilhar suas teclas. Nessa praça, que chama a atenção não só pela catedral que majestosamente emana poder sobre seus súditos e lhes inspira alguma crença, há também o espaço reservado aos arequipenhos que conversam, contam anedotas, falam de suas vidas, despedem-se de seus amores, realizam negócios, vendem suas fotografias e murmuram suas narrativas existenciais.
 
 
Há muitas opções turísticas em Arequipa, mas há uma que não pode ficar fora do roteiro de um mochileiro que se interessa por museus: o Mosteiro de Santa Catarina de Sena. O convento, que foi fundando em 1579, encontra-se dividido em duas alas que são ocupadas pelas irmãs dominicanas e o museu. Como se trata de um convento onde vivem freiras enclausuradas, só visitamos a área reservada ao museu que, diga-se de passagem, ocupa um espaço considerável. Tão considerável que passei duas horas e meia para conhecer e fotografar o lugar. A história do convento e das freiras que ali viveram sua vida de clausura e fé encontra-se intrisecamente ligada à política e formação social e humana de Arequipa, de maneira que mergulhar nos labirintos feitos de celas, cozinhas, escadas e salas de estar que compõem esse cenário religioso é, a um tempo, passear pelos séculos que testemunharam a fundação e desenvolvimento de Arequipa.
 

Andei, apurei o olhar, observei e também provei muitas "tajas" quando passava pelas ruas de Arequipa. "Tajas" é um chocolate parecido com o que no Brasil chamamos de trufa. Ao voltar de um desses passeios, esbarrei num centro cultural dedicado ao arequipenho que deixou o Peru para ganhar o mundo físico e o mundo pessoal, íntimo, transpessoal, que constitui cada um de seus leitores: Mario Vargas Llosa. Ali, há uma pequena exposição de diferentes títulos publicados nas mais diferentes línguas, uma biblioteca onde jovens liam em absoluto silêncio, uma sala reservada à exposição fotográfica e outras dependências onde cursos são ministrados. Enfim, um espaço digno do nome Vargas Llosa.


No último dia em Arequipa, saudade era um sentimento antecipado pela estreita relação afetiva que estabeleci com a cidade que é observada por um velho vulcão que destruiu e ofereceu as pedras que ajudaram a reconstruir a cidade. Construída com pedras vulcânicas, Arequipa exibe, sem vergonha ou falsa modéstia, a brancura de seus muros que chegam a causar vertigem nos olhos ainda não acostumados a uma beleza sem cores.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Crônicas de um mochileiro em Nasca

Descemos em Nasca no dia 08 de janeiro e a impressão que tive foi de  uma Nasca pacata, sem grandes atrativos e cujo desenvovimento havia parado num passado que não conseguiu recuperar, amarrar as pontas e dar continuidade. Hospedado, saí para conhecer melhor aquela pequena cidade do interior do Peru. Caminho a passos lentos, entro e saio de ruas, esbarro em praças e a impressão não muda. Nasca é mesmo uma cidade com pouquíssimos habitantes  que têm numa pequena praça que fica lotada no fim da tarde seu único lazer e ponte para interações que lembram as pequenas cidades do interior de Pernambuco. No chão da praça, figuras de animais remetem às linhas de Nasca e divertem as crianças que não passam despercebidas sobre aqueles desenhos quem povoam seu imaginário. Fotografo e filmo a praça. Busco captar, por meio de fotografias e uma pequena filmagem, as tradições, hábitos, crenças e sonhos de um povo que aprendeu a (sobre)viver à escassez que o deserto impõe.

À noite, fui ao hotel Nasca Lines onde pude ver Júpiter e suas luas. Agora a estada na cidade ganhou um véu de poesia. Até então não havia mirado o céu em um planetário nem recebido aula sobre as diferentes constelações e seus significados profundos. A partir de então, sedimentou-se a certeza de que há uma estreita relação entre o céu e a terra, de tal maneira que nossos desejos mais amplos, sejam bons ou maus, refletem no todo. O contrário também é verdadeiro. Depois dessa aula ao ar livre e rodeada de estrelas, ingressei numa sala onde me foram apresentadas as linhas de Nasca, seguidas de uma explicação ou, melhor seria dizer, das explicações que tentam lançar luz sobre um mistério que grassa o tempo e ainda hoje produz teses as mais diversas sobre o assunto. Essas linhas formam um conjunto de figuras de animais, plantas etc e geométricas que foram feitas pela civilização de Nasca entre os anos 400 e 650 d.C no deserto de Nasca. Foi fundamental conhecer mais sobre as linhas antes de partir em passeio no dia seguinte para ver isso de um mirador. Edgardo, nosso host e guia em Nasca, apresentou um panorama a um tempo, curioso, encantador e científico daquilo que hoje é patrimônio da humanidade e foi objeto de estudos durante 40 anos da arqueóloga alemã Maria Reiche. Impressionou conhecer sua dedicação durante tantos anos de vida a fim de desvendar os mistérios riscados pelas linhas num deserto onde as condições são tão precárias. Após a apresentação, visitamos o quarto onde viveu durante o tempo que passou em Nasca a investigar essas linhas. Hoje li no jornal que um filme sobre sua vida e trabalho investigativo começará a ser rodado este ano.

Cheguei ao deserto de Nasca. É difícil descrever a sensação de estar ali e ver as linhas que podem ter servido a tantos objetivos possíveis, como representar a posição dos astros, marcar a posição dos participantes de rituais religiosos ou, ainda, estabelecer uma relação com o rio, fonte de vida, que garantiria a sobrevivência dos antigos povos do deserto. Meu olhar alcançou apenas duas figuras, porque não fiz o passeio de avião que permite ver todas as linhas e figuras. Não foi necessário ver todas para entender que a humanidade significa sua vida por meio de símbolos que carregam seus sonhos, crenças, desejos e perspectivas. Além disso, chama-me particular atenção que tenha escolhido uma forma de arte para produzir significados e, assim, perpertuar suas tradições e cosmovisão.
As linhas de Nasca abrem o livro da história dos homens em sua tentativa de entender a si mesmos, à sua comunidade e organização social e o mundo no qual se encontram como parte de Algo Maior que os inclui e do qual se sentem pertencentes.
Por fim, quero deixar um agradecimento especial a Edgardo que gentilmente nos cedeu o espaço de uma vida que, como as linhas de Nasca, constitui um mistério a ser desvendado porque capaz de atitudes demasiadamente humanas.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Balneário de Huacachina em Ica

Chegamos em Ica e fomos logo conduzidos ao Balneário de Huacachina, onde se concentram os hotéis, hostels, bares, restaurantes e as dunas que tocam o céu. Após o almoço, começamos a fazer uma trilha pelas dunas que esgotam qualquer ciclista, hauterofilista, escalador etc rapidinho. O balneário é formado por dunas imensas e uma lagoa cercada de coqueiros. E isso nao foi miragem...
Mas porque esse nome, Huacachina? Conta a lenda que uma jovem (china refere-se à mulher) se banhava com um pequeno balde de água quando foi surpreendida e perseguida por um caçador e, durante a fuga, perdeu o manto que deu origem às dunas. O pequeno balde, deixado para trás, deu origem à lagoa. Assim, Huaca(lugar sagrado)china(mulher) nasceu do sofrimento feminino. Uma narrativa pequena que explica a origem de uma beleza grandiosa.
No dia seguinte, acordamos cedo porque tínhamos agendado um passeio em Islas Ballestas (Paracas). Nessa ilha, o turista pode ver - e encantar -se - com a variedade de vida animal que ocupa suas rochas ao longo da reserva. É espetacular!!!! Imediatamente nos sentimos em conexao com o Todo e nos tornamos sensíveis à Energia Originária. Tudo parece em perfeita harmonia e pelicanos, garsas, pinguins e leoes-marinhos dividem os espaços sem conflitos aparentes. De volta a Paracas, permanecemos no povoado por uns 30 minutos e pudemos fotografar  e conhecer seu artesanato local que tem como tema a beleza da reserva natural e o legado cultural deixado pelos povos Inca e Nasca. Às 10h30, já nos encontrávamos em Huacachina para descansarmos e preparar as pernas para a próxima visita: as bodegas.
Às duas, já estávamos prontos para nosso próximo passeio: as bodegas industrias e artesanais de vinho e pisco. Antes da saída, encontrava-me inquieto porque queria entender como poderiam existir parrerais (vinhedos) em regiao desértica. Aqui utiliza-se uva para produzir vinho e pisco. Este, um destilado similar à cachaça brasileira. Abre parêntese ESTOU LEVANDO UMA GARRAFA PARA DEGUSTAR COM OS AMIGOS Fecha parêntese. :) Começamos pela bodega artesanal que tem um processo de produçao mais rústico, uma vez que nao se usa prensa para esmagar a uva, mas os pés. Depois, o vinho ou pisco é armazenado em botijas de barro onde permanece por até três anos. Diferentemente, a bodega industrial tem um processo de produçao mais sofisticado em que máquinas sao usadas para prensar e destilar. Em ambas, utiliza-se botijas ou barris para guardar. Do pisco Puro ao pisco Mosto Verde, há uma variedade que recebe nomes distintos. Provamos todos. rs Uma vez que as condiçoes de plantio de uva nao sao ideais para a produçao de vinho, o Peru ainda nao ganhou destaque internacional. No Brasil, encontro comumente chileno, argentino e agora uruguaio, mas nunca encontrei peruano. Se os peruanos nao sao bons produtores de vinho, compensam na culinária que é de "lamber os beiçu". 
 Confesso que deixei o oásis carregando uma saudade que só o deserto permite experienciar. É a saudade da areia quente que nos consome os pés sem nos ferir porque nos conecta à nossa Experiência Primeira e àquele Grau Zero da existência. É isso.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Ica, um oásis

Finalmente chegamos a Ica, um oásis de rara beleza. Neste exato momento, encontro-me no restaurante do hostel onde estou hospedado e, ao lado do restaurante, dunas homéricas de areia turvam o olhar. Não vejo a hora de começar a explorar esse pedacinho do Peru que guarda tantas surpresas naturais.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Crônicas de um mochileiro em Lima

Ontem voltamos ao centro de Lima que é um espetáculo a céu aberto de arquitetura, arte e diversidade cultural. Além dos prédios históricos que saltam aos olhos, impressionou-me a limpeza do centro e a organizaçao de suas ruas e lojas. Raramente se vê um ambulante interditando as calçadas ou empurrando produtos nos pedestres que passam. Aproveitei essa segunda passagem pelo centro para visitar o Museu de Arte Contemporânea (Mali) onde visitei três salas: Contemporâneo, Martin Creed e Gerard Richter. Por se tratar de arte contemporânea, um olhar apressado nao é suficiente para entender minimamente a obra. Saindo do Mali, ingressei no Museu italiano que conserva a memória da presença italiana em Lima.

Ao fim da tarde, encontramos Valeria no bairro de Miraflores que se caracteriza de modernidade com seus edifícios espelhados, cassinos, bares, cafés e uma orla requintada. Embora nao seja uma regiao que me interessa explorar, fiquei impressionado com o desenvolvimento e modernidade de uma cidade que imaginava atrasada e sem grandes atrativos. Em Miraflores, o que me mais me chamou atençao foi o sítio arqueológico chamado Huaca Pucllana que conserva uma área antes habitada pelos povos Limas que sao anteriores aos Incas. A pirâmide que conhecemos, orientados por uma guia, era usada em rituais religiosos e procedimentos administrativos referentes à vida daquele povo. Magnífico!!! Aula de história melhor nao há.
À noite, fomos ao meeting do CouchSurfing e conhecemos viajantes que, como nós, passam dias em Lima, além dos membros locais que nos receberam com muita simpatia. Amanha seguimos a Ica.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Crônicas de um mochileiro em Lima (Peru)

Expectativa era o que me acompanhava durante a madrugada do dia 03. Cheguei no aeroporto à 1h15 e Júnior já havia chegado e estava com a cara mais inchada que a minha. Despachamos as bagagens e nos dirigimos ao portao de embarque. A viagem foi tranquila e o trecho Sao Paulo - Lima foi realizado numa aeronave pronta para compensar a noite sem dormir. Aproveitei as regalias e ouvi o novo CD da Adriana Calcanhoto e revi Meia-noite em Paris do Wood Allen. Em Lima, temperatura amena e uma vontade enorme de começar a expediçao pela cidade. Encontramos Valeria que nos acompanhou em nosso primeiro passeio pelo centro histórico da cidade.
Fora o trânsito caótico que pertuba a calmaria de uma capital que mais parece um interior com praia, shopping, aeroporto e Mc Donald, Lima se veste de belezas e tipos inusitados que só uma cidade andina e com um passado histórico que tem em seu registro culturas milenares poderia oferecer. Saquei a câmera e comecei a fazer muitas fotos numa atitude recorrente de deslumbramento diante daquela noiva que aos poucos se despia como numa noite de núpcias a fim de ser desvirginada. Os peruanos, a princípio, parecem ariscos e desconfiados, mas quando nos aproximamos deles e ganhamos sua confiança, nao demora a abrir um sorriso largo e metralhar com uma série de perguntas sobre o Brasil. Se você responde com simpatia, pode até receber um elogio como o que ouvi: "seu espanhol é muito bom." Nem é difícil imaginar como inflei nesse momento. (rs)
Com outra bagagem da língua espanhola, agora consigo me comunicar melhor, estabelecer uma comunicaçao razoável e, até o momento, parece que os "micos" ficaram no passado, ou seja, lá em 2012 quando pela primeira estive num país de língua espanhola. Por fim, as expectativas por aqui nao podiam ser melhores e amanha exploro esse novo caminho da América do Sul que carinhosamente é chamado de Lima.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Caminhos da América do Sul

Viajar, num sentido amplo, talvez seja a condição básica, primeira, do ser humano. Há uma larga tradição transcultural que mostra a existência humana como uma saga. Estamos sempre deitando raízes e realizando movimentos, de maneira que enraizar e desenraizar constitui nossa base existencial. É com esse entendimento que dia 03.01 me lanço em mais uma aventura pela América do Sul. Adelante!!