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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Arte indígena de Victor Brecheret


A arte indígena do escultor modernista Victor Brecheret encontra-se exposta no Centro Cultural Correios no Bairro do Recife. Entre as peças expostas, o visitante encontrará O Índio e a Suaçuapara, A Luta da Onça e Veado Enrolado. Além desses trabalhos, há ferramentas usadas pelo escultor, desenhos (esboços) e fotografias.
Brecheret foi um artista plástico modernista que, fascinado pelas civilizações indígenas que habitaram o Brasil há muitos séculos na Ilha de Marajó(PA), produziu uma arte identificada com as raízes brasileiras, ou seja, uma arte nativista.
Visitar as obras de Brecheret é recordar uma experiência única numa cidade que faz desfilar suas obras em parques, museus e praças: São Paulo. A exposição acontecerá até o dia 30.06.2011. Vale a pena conferir. Força sempre!

Portadora de Perfume
Victor Brecheret
Pinacoteca do Estado de São Paulo

domingo, 26 de junho de 2011

Mochilando pela América do Sul


Viajar é um hábito que adquiri desde que me entendo por gente. Sou fascinado em explorar lugares, conhecer pessoas e compartilhar culturas. Esse é o móbil das minhas viagens. Na semana passada, comprei o Guia Criativo para o Viajante Independente na América do Sul de Zizo Asnis e Os Viajantes, pois estou montando um roteiro de viagem pela América do Sul. Até o momento, tenho dois roteiros interessantes: o primeiro contempla Bolívia-Peru e o segundo Bolívia-Chile-Peru. Disponho apenas de 25 dias do mês de janeiro de 2012 para realizar essa viagem e preciso pesquisar bem os roteiros a fim de escolher o roteiro mais acessível em termos materiais. Além de pesquisar e economizar, aprender a língua é outro empreendimento que tenho pela frente. Não sei nada de espanhol; nem mesmo uma noção razoável que permita uma comunicação satisfatória. Planejar uma viagem arranca-nos da rotina, enriquece nosso conhecimento sobre o mundo e nos lança em direção a um futuro cheio de possibilidades; além de causar aquele frisson. Força sempre!

sábado, 25 de junho de 2011

Fome


Per Oscarsson, autor sueco, fez por merecer o prêmio de melhor ator na edição do Festival de Cannes em 1966. Interpretando o escritor Pontus no filme Fome de Henning Carlsen, Oscarsson dá um show de atuação nas cenas que o mostram em estado de delírio e alucinação devido a fome que assola a pequena e gélida cidade de Christiânia. Essa co-produção (Dinamarca-Noruega-Suécia)que conta com a direção fotográfica de Henning Kristiansen e roteiro adaptado de uma das obras-primas da literatura mundial do século XIX - o romance Fome de Knut Hamsun - coloca em cena uma das consequências do pós-guerra: o desemprego. Pontus é afetado por essa realidade que o faz perambular pelas ruas da pequena cidade, comer papel, roer osso, criar situações imaginárias, penhorar bens. Vale destacar o papel do tempo e da literatura que funcionam a um tempo como fator de desagregação e unificação da personagem. Força sempre!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Pecado da carne: um filme de Haim Tabakman




Pecado da carne é o filme de maior alcance internacional do diretor israelense Haim Tabakman. O filme conta a história da relação homoafetiva entre Aarão (Zohar Strauss) e Ezri (Ran Danker)na Jerusalém ultra-ortodoxa. Ezri é um forasteiro que chega no bairro judeu da cidade de Jerusalém à procura de um jovem por quem nutre um amor não correspondido. Durante sua passagem pela cidade, entra no açougue de Aarão (herança deixada pelo pai) e se apresenta como candidato à vaga de ajudante. Aarão o admite e permite que durma no açougue enquanto encontra um lugar para ficar. A cumplicidade e a convivência diária aproxima Ezri e Aarão que, de repente, se veem envolvidos e tomados por um sentimento feito de cuidado, proteção, compaixão e desejo. À medida que o amor entre os dois torna-se mais intenso e sincero, Aarão começa a entrever as dificuldades que fazem dessa relação uma relação impossível. Homem religioso e frequentador assíduo da sinagoga, estudante da torá, pai de família, dono do açougue que alimenta o bairro, Aarão sente pesar sobre si a culpa por trair a tradição familiar e religiosa. Por outro lado, sente-se vivificado por esse amor que torna seus dias mais plenos. Sob a pressão da comunidade judia que insiste em expulsar Ezri do bairro, Aarão terá que escolher entre os princípios religiosos ortodoxos que o guiaram até então e o amor de Ezri. O filme foi premiado em vários festivais como o de Palm Springs Intl Film Festival (Melhor Filme de Estreia; Seleção oficial Cannes Film Festival Un Certain Regard; Jerusalém Intl Film Festival (Melhor Ator); Seleção Oficial Mix Brasil - Festival of Sexual Diversity e Seleção Oficial Toronto Intl Film Festival. Destaco também a fotografia de Axel Schneppat e a trilha sonora que conta com a música de Nathaniel Mechaly.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Luiz Gonzaga Canta o Sertão Nordestino



A emoção correu solta pelo auditório da Escola Técnica Estadual Agamemnon Magalhães na tarde de ontem. A razão foi a apresentação do musical Luiz Gonzaga Canta o Sertão Nordestino organizado pelos alunos do primeiro ano dos cursos de Design e Manutenção e Suporte em Informática. Através de texto e performances emocionadas, o grupo falou da esperança nunca ausente do coração do sertanejo e das dores e desilusões que enfrenta quando encara o chão rachado, a seca que se prolonga, as necessidades não saciadas e as promessas não cumpridas de políticos descomprometidos. A peça viajou por esses caminhos feitos de olhos que se voltam para o céu em busca de ajuda e proteção divina e pés que pisam o chão da mais dura realidade. Diante disso, só resta um desejo: deixar o sertão e buscar em terras estranhas a dignidade que não sobrevive em meio a tanta solidão e penúria. Embora tenha os pés fincados nessa terra que já não dá frutos nem flores, o sertanejo quer salvar ao menos a alma se já não pode salvar o corpo minguado que definha entre os gravetos ressequidos da caatinga.
Acredito que essa foi a melhor aula de português, pois possibilitou a reflexão séria e emocionada acerca de problemas sociais que se estendem ano após ano e não encontram solução porque ainda não foram encarados por um espírito decidido a resolvê-los. Os alunos encarnaram essa figura forte e arquetípica que é o sertanejo e deixaram uma mensagem importantíssima e atual: a esperança não fenece, mesmo quando mente e corpo desconhecem sua presença que parece mais uma ausência que não se desfaz.
A peça foi acompanhada pela música do coral da escola que recebeu do aluno Thiago Pedrosa uma regência magistral. Além disso, tivemos a participação do grupo de dança dirigido por Maria Lara, Maria Alice e Núbia Rafaela. Alinhados e conservando um sincronismo que os colocou numa sintonia que beirava a perfeição, os alunos da ETEPAM mostraram que o teatro, a música e a dança são instrumentos indispensáveis de reflexão, encantamento e representação emocionada da realidade. Ao fim do espetáculo, só nos restaram as lágrimas. Força sempre!

domingo, 19 de junho de 2011

Paris em fotos: Brassaï



A Aliança Francesa trouxe ao Recife (Torre Malakoff no Recife Antigo) a exposição fotográfica que melhor retratou a noite parisiense em todos os tempos. As fotos são do fotógrafo húngaro Brassaï que joga com a luz e a sombra para criar uma atmosfera bastante intimista da noite parisiense. Brassaï foi amigo de Sartre, Camus, Picasso, Cocteau, entre outros. Apaixonado por Paris, o fotógrafo tinha particular interesse pela noite e recortou em suas fotografias esse aspecto peculiar da realidade parisiense. A exposição termina amanhã. Força sempre!

“A noite sugere, não ensina. A noite nos encontra e nos surpreende por sua estranheza; ela libera em nós as forças que, durante o dia, são dominadas pela razão"
(Brassaï)

Pernambuco Sinfônico 2011


Hoje à tarde marquei presença na Igreja Madre de Deus no Recife Antigo para ver a apresentação da Orquestra Sinfônica Jovem do Conservatório Pernambucano de Música. O evento faz parte do projeto Pernambuco Sinfônico que percorrerá várias cidades do NE. O homenageado do projeto é o compositor pernambucano Clóvis Pereira. O ineditismo do repertório reside na composição Rapsódia Pernambucana que foi criada especialmente para esse projeto. Além dessa composição, o amante de música erudita terá a oportunidade de apreciar Lamento e dança brasileira (1967), Prinspo Alumioso (1981) e Grande missa nordestina (1978). A Orquestra passará por Campina Grande, Aracaju, Maceió, Caruaru e voltará a se apresentar em Recife onde encerrará suas atividades. Força sempre!

Festival Varilux de Cinema Francês: Uma Doce Mentira


Palma de Ouro para a comédia romântica Uma doce mentira dirigida por Pierre Salvadori. Disponibilizo sinopse publicada no site oficial do festival. Audrey Tautou surpreende. Força sempre!


Numa manhã de primavera, Emilie recebe uma linda carta de amor anônima. Sua primeira reação é jogar a carta no lixo. Mas ela vislumbra uma forma de salvar sua mãe, uma mulher triste e isolada desde a partida de seu marido. Sem pensar muito, ela envia a carta para a mãe, sem saber que o autor é Jean, seu tímido empregado. Emilie não imagina que seu gesto desencadeará uma série de desentendimentos, criando situações fora de controle.

Festival Varilux de Cinema Francês: Potiche: esposa troféu



Catherine Deneuve e Gérard Depardieu brilham nessa comédia com ares kitsch e rosa-shocking dirigida por François Ozon. A história passa-se na França conservadora e patriarcalista dos anos 70. Suzanne Pujol (Catherine Deneuve) é uma mulher que se enquadra bem no padrão social reservado às mulheres da época: submissa, dedicada aos afazeres do lar e censurada em sua tentativa de expressar pontos de vista. Com o afastamento do marido da empresa, Suzanne assume a direção dos negócios e promove mudanças que vão conduzir a um crescimento ainda não conseguido por Robert Pujol (Fabrice Luchini). Isso dará a Suzanne - representante da condição feminina no final do século XX - uma projeção e reconhecimento que repercutirá em toda sociedade francesa. O que isso provocou à época nem preciso dizer. Durante esse percurso, Suzanne é assessorada por Maurice Babin (Gérard Depardieu) numa relação de cooperação que nega uma visão sexista. Carregado de um humor inteligente e perpassado por uma tomada de posição político-social, Potiche se mostra um filme extremamente atual. Força sempre!

sábado, 18 de junho de 2011

Festival Varilux de Cinema Francês: Lobo


O texto abaixo é do crítico de cinema Ernesto Barros. O autor resume e analisa bem aspectos que fizeram de Lobo um dos filmes mais aplaudidos durante o festival de cinema francês. Força sempre!

Para quem gosta da vertente francesa ligada ao cinema naturalista com uma pegada etnográfica (não dada a radicalismos, certo?), o longa-metragem Lobo, de Nicolas Vanier, não vai decepcionar.

Ao contrário de Microcosmos, Migração alada e Oceanos, Lobo não é um filme documentário. “É uma história de ficção, mas absolutamente tudo é extraído da realidade. Nada foi construído, inventado ou modificado para as filmagens. O que está na tela sobre os évènes – as vestimentas deles e o modo como viajam – é cem por cento verdadeiro. Da mesma forma, o relacionamento com os lobos também é natural”, conta o diretor Vanier, que esteve no Rio de Janeiro, no último fim de semana, na comitiva que veio acompanhar o Festival Varilux.

Aventureiro, explorador e documentarista, o cineasta de 49 anos é apaixonado pelo Ártico desde a adolescência. Há 20 anos, conheceu a tribo nômade da Sibéria Oriental. Antes de começar as filmagens de seu primeiro longa de ficção, ele passou um ano vivendo igual a um membro da tribo. A história do filme, baseada num romance que ele mesmo escreveu, mostra a prova de fogo de um adolescente, Serguei, que pela primeira vez será o guardião do rebanho de renas da tribo.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Festival Varilux de Cinema Francês: Copacabana


Desde sexta-feira da semana passada que tenho ocupado as cadeiras do Cinema da Fundação (Recife). A razão é o festival de cinema francês que traz o que há de mais recente na produção francesa. O filme Copacabana foi exibido na primeira noite do festival e conquistou os cinéfilos que se esbarravam no corredor estreito que dá acesso à sala da Fundação Joaquim Nabuco. Dirigido por Marc Fitoussi e trazendo Isabelle Huppert, Lolita Chammat e Aure Atika no elenco, Copacabana conta a história de uma mulher de espírito livre que dribla os enfrentamentos impostos pela vida de maneira inteligente, sagaz, otimista e bem-humorada. O roteiro traduz os desafios e as formas de resistência que mobilizamos todos os dia para nos mantermos íntegros, inteiros e dignos. Embora não se passe no Rio de Janeiro, a referência à cidade maravilhosa pontua todo o filme através de vários elementos que estão presentes na cultura carioca. As situações hilárias arrancaram risadas desmedidas que foram intercaladas por momentos dramáticos, tensos e cheios de encanto.
O festival ainda passará por muitas capitais do Brasil e recomendo que não percam Copacabana.

sábado, 11 de junho de 2011

Trampa Sinfônica no Teatro Santa Isabel


Ontem marquei presença na turnê 2011 da banda brasiliense Trampa. A banda escolheu Recife para iniciar a turnê que se estenderá por outras capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Dando continuidade ao projeto iniciado pelo maestro Silvio Barbato (amigo de Renato Russo e vítima do acidente ocorrido com o avião da Air France que ficou conhecido como Voo - 447), o grupo reúne o som pesado do rock de protesto e a leveza da música erudita executada pela Orquestra Sinfônica do Recife. A princípio, a mistura causa estranheza, pois não estamos acostumados a ver/ouvir essa dobradinha. Isso vai se desfazendo ao longo da apresentação e o que nos pareceu estranho no início torna-se perfeitamente aceitável e harmonioso. Em algumas execuções, achei que as guitarras, baixo e bateria sufocavam a orquestra, de modo que quase não dava para distinguir os instrumentos tão bem conduzidos pelo maestro Joaquim França. No mais, o show entusiasmou amantes do rock e da música erudita com uma apresentação de tirar o fôlego.
Força sempre!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O idiota


O idiota de Akira Kurosawa, baseado em obra homônima de Dostoievski, conta a história de um homem genuinamente bom que entra em decadência ao envolver-se com duas mulheres. Construído com atuações brilhantes, fotografia e trilha sonora primorosas, O idiota prende a atenção do espectador por 166min e o faz refletir acerca de como somos construídos pelas circunstâncias e eventos nos quais nos engajamos diariamente. Força sempre.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Quando voam as cegonhas


Antes de ir pra cama, deixo uma sugestão de filme: Quando voam as cegonhas. A brilhante direção do russo Mikhail Kalatozov e a fotografia de Sergei Urusevsky dão ao filme um ar melancólico, mas repleto de perspectiva. Força sempre.