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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Paisagem na neblina: um filme de Theo Angelopoulos



O filme do diretor grego Theodoros Angelopoulos é um deleite para os olhos e ouvidos, luz para a mente e um delírio para a alma. Acompanhar a trajetória de Voula e Alexandro na tentativa de encontrar o pai em terras alemãs, é percorrer caminhos feitos de desamparo, desassossego, penúria, violência e esperança. É um filme para a alma. Vale destacar a trilha sonora que acentua o drama vivido pelas personagens. Além disso, o cenário humano é construído a partir de figuras seminais, como o motoqueiro, o violinista e o pipoqueiro. Vale a pena assistir esse road movie muitas vezes. Força sempre.

Bob Dylan: 70 anos


Não faz muito tempo que conheço a música de Bob Dylan. Já tinha ouvido falar do cantor, mas ainda não tinha entrado em contato com suas músicas. Se o fiz, não tinha consciência de quem escutava. Foi com o filme dirigido pelo Martin Scorsese, No direction home, que pude ter uma ideia da dimensão do seu trabalho. Não nego: os trechos de músicas que aparecem durante o filme fizeram com que amasse o projeto musical de Dylan. Adepto do movimento conhecido como contracultura ou beat, que teve em On the road de Jack Kerouac um dos seus pilares de sustentação, Bob Dylan inovou na composição e no conteúdo. Inicialmente, encantou fãs com o melódico folk acústico que mais tarde ganharia uma nova roupagem a partir da substituição do violão pela guitarra. Nessa segunda fase do cantor, temos o folk-rock que aparecerá no disco Bringing it all back home de 1965. A poesia de Dylan influenciou muitos artistas brasileiros. Algumas músicas ganharam uma versão em português do cantor Zé Ramalho. Ele lançou, em 2008, um disco só com músicas de Dylan traduzidas para o português. Longe dos rótulos que mais obscurecem sua obra do que permitem entendê-la naquilo que tem de essencial, Bob Dylan completa 70 anos reconhecido como maior poeta da música pop.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O ícone Ney Matogrosso


Falar de música popular brasileira e não falar em Ney Matogrosso é deixar uma lacuna na esteira da arte produzida neste país. Ney representa as diversas facetas sob as quais a arte se dar a conhecer. Em se tratando de música, o artista é versátil: canta, dança, interpreta. Nesta entrevista (http://www.youtube.com/watch?v=xhcRHzSIAdY&feature=related) concedida à TV Cultura no programa Roda Viva, Ney Matogrosso escancara visões de mundo que nunca foram expostas no palco. Essa é apenas a primeira parte. Força sempre.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Gotas poéticas desnudam Sampa


Trago gotas poéticas enviadas pelo amigo Carlos Tenreiro. Nessas pílulas, o poeta descerra a cortina do cotidiano da cidade de São Paulo. Tenreiro é um poeta que admiro porque representa em versos cenas do cotidiano que trazem para perto de mim uma cidade com tantas facetas e, por isso, apaixonante.

"Rumores do trâfego engolindo a multidão.
Sob a tarde que cai nas tremidas estações, seres aglutinados,
alheios ao outro e em mútua gestação."

"Úmida manhã de outono:
finas partículas de água recortam os caminhos,
carregando em seus ventres aquosos e invisíveis oceanos de sol."

"Aguda manhã em que um feixe de flauta alicia as nuvens graves.
Dueto no além-céu e um tilintar de chuva a clamar pelos humanos."

"No manto das mesas de reunião, os sonhos latem,
a vida grita de outra dimensão."

Força sempre.

Funeral Blues


Conheci o poema Funeral Blues do W. H. Auden através de um CD do Renato Russo chamado Stonewall Celebration Concert. O CD é o primeiro da carreira solo do Renato e traz clássicos da música americana. Feito em homenagem aos 25 anos da rebelião ocorrida em Stonewall, bairro nova iorquino, esse disco apresenta uma frase do W. H. Auden que nunca esqueci: "If equal affection cannot be let the more loving one be me." Sem demora procurei conhecer vida e obra do poeta. Vasculhei sebos, garimpei na internet, e encontrei um dos mais primorosos poemas de Auden: Funeral Blues. Enquanto preparava uma aula sobre leitura, resolvi incluir o poema no último slide. Aproveitei para falar do contexto de produção do poema e, ao lê-lo com meus alunos, fui impactado de maneira diferente pelas palavras de Auden e a experiência que tive do poema não foi a mesma quando encontrei e li pela primeira vez. As palavras atingiram-me de maneira soberba e me deixaram em suspenso por um breve instante. Naquele momento, transcendi. Força sempre.

FUNERAL BLUES
Parem todos os relógios, desliguem o telefone,
Evitem o latido do cachorro com seu osso suculento,
Silenciem os pianos e com tambores lentos
Tragam o caixão, deixem que o luto chore.
Deixem que os aviões voem em círculos altos
Riscando no céu a mensagem Ele Está Morto,
Ponham gravatas beges no pescoço dos pombos brancos do chão,
Deixem que os guardas de trânsito usem luvas pretas de algodão.
Ele era meu Norte, meu Sul, meu Leste e Oeste,
Minha semana útil e meu domingo inerte,
Meu meio-dia, minha meia-noite, minha canção, meu papo,
Achei que o amor fosse para sempre: Eu estava errado.
As estrelas não são necessárias: retirem cada uma delas;
Empacotem a lua e façam o sol desmanchar;
Esvaziem o oceano e varram as florestas;
Pois nada no momento pode algum bem causar.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Semana Manuel Bandeira

A Semana Manuel Bandeira promovida pelo Espaço Pasárgada foi vivenciada pelos alunos da Escola Técnica Estadual Professor Agamemnon Magalhães. Durante quinzes dias, entramos em contato com a poesia de Manuel Bandeira através de pesquisas na internet, declamação em sala e produção de cartazes. A culminância do projeto ocorreu no Espaço Pasárgada, onde os alunos apresentaram a poesia sob a forma de música, dança e teatro. Quero registrar meu sincero agradecimento aos alunos que se empenharam na execução do projeto. Espero que tenhamos outras experiências tão positivas quanto essa. Poesia sempre!


P.S.: O vídeo está no formato .flv. Se não conseguirem abrir, segue o endereço no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=7iJ0NQziMrc

Recife Cultural




Valeu a pena ver a apresentação do grupo Anima no VII Virtuosi Brasil. As apresentações aconteceram no Centro Cultural Correios. O grupo Anima trouxe música medieval que foi acompanhada por vários instrumentos que permitiram diferentes sensações. O grupo foi aplaudido demoradamente, mas não podia ter sido diferente. Senti apenas o fato de não poder participar dos demais dias. Estou ocupadíssimo com a produção de um material didático para o curso de Letras a distância da UPE. Isso justifica minha ausência na blogosfera. Mas... Estou voltando...(aos poucos para não causar estardalhaço). rs Força sempre!