Total de visualizações de página

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Crônicas de um Mochileiro em Montevideo (Uruguay)

Ansiedade. Essa é a melhor palavra que descreve meu estado antes de deixar o Recife às 7h30 no dia 03.01.2014. Passageiro de um voo hiper econômico, tive que suportar as dores de parto que um voo desse impõe. Acordar cedo para chegar ao Aeroporto Gilberto Freyre foram as primeiras contrações. A bolsa estourada e as dores horrendas acometeram-me no Aeroporto de Guarulhos (São Paulo) onde passei 9h aguardando a conexão que, enfim, deixou-me com menino nos braços no Aeroporporto moderníssimo de Montevideo e, tal como uma criança, desejoso de conhecer um mundo.
Uma vez que o parto não é a única dor, pois outras dores podem despontar após o parto, comigo não foi diferente. Quando cheguei ao hostel, o recepcionista avisou que como havia feito reserva para o dia 04.01, então deveria esperar até às 14h para fazer check-in, pois todos os quartos estavam lotados. Estava tão cansado que nem consegui ter raiva, desapontamento, sentir-me contrariado ou coisas do tipo. De pronto, o recepcionista ligou a outro hostel onde havia vagas e passei a noite num lugar que nem lembro com precisão da estrutura, cores, corredores e corrimão, mas recordo bem as palavras em tom de brincadeira do recepcionista: "Isso é hora de chegar num hostel?" Eu estava tão atordoado que nem entendi se tratar de uma brincadeira e fui logo me explicando. Pechinchei na hora do pagamento da diária e consegui que essa ficasse por 350,00 pesos uruguaios. Iupi!!Agora vou tomar  banho e dormir.
No dia seguinte, volto ao Che Lagarto que, diga-se de passagem, tem uma ótima estrutura e fui acomodado. Resolvido o problema da acomodação, dei início à caminhada portando um mapa que não usei. Tenho sérios problemas com mapas, pois sempre olho na posição errada e acabo no lugar oposto àquele que quero conhecer.
Em 2013, o Uruguay foi eleito pela revista britânica The Economist o país do ano. Com essa informação borbulhando em minha mente, não hesitei em querer constatar as razões que levaram o país a ser escolhido e não me decepcionei. Ruas largas, trânsito organizado, povo acolhedor, ciclovias, centro histórico conservado e rico em seus aspectos culturais: tudo isso faz do Uruguay um dos melhores países para viver. Além disso, carro não é muito apreciado pelos uruguaios de maneira que o turista pode desfrutar de um ar menos poluído.
Essa praça da foto é a Praça Independência que se encontra nos arredores da Cidade Velha e além de desfilar uma beleza ímpar, conta com um misto de moderno e antigo em seu entorno.
O Palácio Salvo com seus 95 metros e 27 pisos desenhados pelo arquiteto italiano que vivia em Paris, Mario Palanti, produz um impacto singular no turista que se vê pequeno, diminuto, insignificante diante da grandiosidade da construção que foi durante anos a maior da América do Sul.
I
Nas cercanias da Praça Independência, descortina-se o Teatro Solis que foi inaugurado em 1856. Circulei o Solis a fim de fotografá-lo em perspectivas e ângulos diferentes. A arquitetura apresenta características dos teatros líricos e sua forma é ligeiramente elíptica.
No fim de semana, a cidade se recolhe e o mochileiro retém nas lentes da câmera com calma e sem atropelo as cenas da Cidade Velha que conserva em suas ruas, ora planas, ora com pequenas ladeiras, um conjunto arquitetônico de rara beleza.
Comida em Montevideo não é cara, mas para o mochileiro com pouco dinheiro é importante saber escolher bem e isso significa encontrar um lugar onde possa comer bem sem gastar muito. Outra curiosidade de Montevideo é a cerveja. Não é raro ver jovens e adultos trazendo nas mãos uma garrafa de cerveja de dimensões consideráveis. Para nós, que estamos mais acostumados à latinha ou long neck quando andamos pela rua, aquilo parece uma bizarrice.
Como em Paris, Montevideo possui um lugar especial onde os casais renovam suas juras de amor que ficam representadas no cadeado colocado na grade de uma fonte e cuja chave é jogada nas águas da fonte.
Não é difícil sentir-se envolvido pela atmosfera da cidade e dos seus habitantes que criam um clima propício para que o mochileiro desfrute das belezas, cultura e vida da capital uruguaia. Viva Uruguay!!




Nenhum comentário: