Se não falas, vou encher o meu coração com o teu silêncio e agüentá-lo. Ficarei quieto, esperando, como a noite em sua vigília estrelada com a cabeça pacientemente inclinada. A manhã certamente virá; a escuridão se dissipará, e a tua voz se derramará em torrentes douradas por todo o céu. Então as tuas palavras voarão em canções de cada ninho dos meus pássaros, e as tuas melodias brotarão em flores por todos os recantos da minha floresta. (Rabindranath Tagore)
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quinta-feira, 4 de março de 2010
Poesia de 70
Há dias atrás, li no jornal que o crítico e ensaísta Italo Moriconi resgatou, em livro, poetas quase esquecidos nos meios literários e escolar. Na página, poesias de Cacaso, Waly Salomão, Ana Cristina, Paulo Leminski e Torquato. A poesia despojada e de linguagem coloquial de Ana Cristina me chamou atenção e resolvi disponibilizar para os leitores do blog. Abraço poético.
tantos poemas que perdi
tantos que ouvi, de graça,
pelo telefone - taí,
eu fiz tudo pra você gostar,
fui mulher vulgar,
meio-bruxa, meio-fera,
risinho modernista
arranhado na garganta,
malandra, bicha,
bem viada, vândala,
talvez maquiavélica,
e um dia emburrei-me,
valei-me de mesuras
(era uma estratégia),
fiz comércio, avara,
embora um pouco burra,
porque inteligente me punha
logo rubra, ou ao contrário, cara
pálida que desconhece
o próprio cor-de-rosa,
e tantas fiz, talvez
querendo a glória, a outra
cena à luz de spots,
talvez apenas teu carinho,
mas tantas, tantas fiz...
(Ana Cristina Cesar)
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3 comentários:
Ei!
Adorei!
Passando pra te ler
dizer que sigo com a 4° pro vo ca ção la no blog
e deixar bjins entre sonhos e delírios
Olá! muito boa a idéia de resgatar esses poetas quase esquecidos. E essa poesia, com essa linguagem, é incrivel. Valeu.
Grande beijo.
Oi Luciano,
Gostei muito do seu espaço e estarei por aqui, sou apaixonado por leitura!
Boa semana.
Abralo
Mari
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