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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Balneário de Huacachina em Ica

Chegamos em Ica e fomos logo conduzidos ao Balneário de Huacachina, onde se concentram os hotéis, hostels, bares, restaurantes e as dunas que tocam o céu. Após o almoço, começamos a fazer uma trilha pelas dunas que esgotam qualquer ciclista, hauterofilista, escalador etc rapidinho. O balneário é formado por dunas imensas e uma lagoa cercada de coqueiros. E isso nao foi miragem...
Mas porque esse nome, Huacachina? Conta a lenda que uma jovem (china refere-se à mulher) se banhava com um pequeno balde de água quando foi surpreendida e perseguida por um caçador e, durante a fuga, perdeu o manto que deu origem às dunas. O pequeno balde, deixado para trás, deu origem à lagoa. Assim, Huaca(lugar sagrado)china(mulher) nasceu do sofrimento feminino. Uma narrativa pequena que explica a origem de uma beleza grandiosa.
No dia seguinte, acordamos cedo porque tínhamos agendado um passeio em Islas Ballestas (Paracas). Nessa ilha, o turista pode ver - e encantar -se - com a variedade de vida animal que ocupa suas rochas ao longo da reserva. É espetacular!!!! Imediatamente nos sentimos em conexao com o Todo e nos tornamos sensíveis à Energia Originária. Tudo parece em perfeita harmonia e pelicanos, garsas, pinguins e leoes-marinhos dividem os espaços sem conflitos aparentes. De volta a Paracas, permanecemos no povoado por uns 30 minutos e pudemos fotografar  e conhecer seu artesanato local que tem como tema a beleza da reserva natural e o legado cultural deixado pelos povos Inca e Nasca. Às 10h30, já nos encontrávamos em Huacachina para descansarmos e preparar as pernas para a próxima visita: as bodegas.
Às duas, já estávamos prontos para nosso próximo passeio: as bodegas industrias e artesanais de vinho e pisco. Antes da saída, encontrava-me inquieto porque queria entender como poderiam existir parrerais (vinhedos) em regiao desértica. Aqui utiliza-se uva para produzir vinho e pisco. Este, um destilado similar à cachaça brasileira. Abre parêntese ESTOU LEVANDO UMA GARRAFA PARA DEGUSTAR COM OS AMIGOS Fecha parêntese. :) Começamos pela bodega artesanal que tem um processo de produçao mais rústico, uma vez que nao se usa prensa para esmagar a uva, mas os pés. Depois, o vinho ou pisco é armazenado em botijas de barro onde permanece por até três anos. Diferentemente, a bodega industrial tem um processo de produçao mais sofisticado em que máquinas sao usadas para prensar e destilar. Em ambas, utiliza-se botijas ou barris para guardar. Do pisco Puro ao pisco Mosto Verde, há uma variedade que recebe nomes distintos. Provamos todos. rs Uma vez que as condiçoes de plantio de uva nao sao ideais para a produçao de vinho, o Peru ainda nao ganhou destaque internacional. No Brasil, encontro comumente chileno, argentino e agora uruguaio, mas nunca encontrei peruano. Se os peruanos nao sao bons produtores de vinho, compensam na culinária que é de "lamber os beiçu". 
 Confesso que deixei o oásis carregando uma saudade que só o deserto permite experienciar. É a saudade da areia quente que nos consome os pés sem nos ferir porque nos conecta à nossa Experiência Primeira e àquele Grau Zero da existência. É isso.

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