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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A reparação é possível?



Só lendo a obra de Ian McEwan para esboçar uma tentativa de resposta sobre a questão do título do post. Publicado em língua portuguesa pela Companhia das Letras e sob o título Reparação, a obra de Ian McEwan pode ser definida como "um romance arrebatador", conforme crítica do The Guardian.
O romance conta a história de Briony, uma pré-adolescente cuja imaginação abundante revela um espírito produtivo no campo da escrita. Aos 11 anos de idade, Briony escreve sua primeira peça teatral: Arabella em apuros. Distanciada da realidade e mergulhada em sua imaginação esgarçada pelo lugar idílico onde vive - uma mansão ao estilo vitoriano situada numa bela fazenda -, pelo mundo literário que a cerca e o amor adolescente que nutre por Robbie Turner, filho da empregada, Briony depara-se com o mundo adulto e tenta significá-lo a partir dos códigos ditados pela imaginação.
Numa dessas tentativas em filtrar e entender o mundo adulto a partir da sua imaginação, Briony vê uma cena em que a irmã Cecília Tallis mergulha numa fonte e, ao sair dela, é observada por Robbie Turner numa situação bastante íntima. Equivocada em relação à cena que vê do alto da janela, Briony cometerá o erro que desencadeará uma série de consequências nefastas; consequências que tentará reparar por toda a vida.
Ian McEwan escreve com maestria e detalha o estado psicológico dos personagens de uma maneira que a catarse é inevitável. A estrutura da narrativa também é organizada de tal modo que lê-se a história em espiral e, desse modo, foge às tradicionais estruturas lineares das narrativas.
Concluí a leitura do livro na semana passada, mas tenho por certo que voltarei a lê-lo, porque sei que Briony ainda tem muito a me dizer. Sei disso, porque já cometi equívocos; equívocos irreparáveis e não fiz nada para repará-los. Se tivesse feito e conseguido, talvez minha história fosse diferente. Boa leitura!

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