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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Rio de Janeiro, estou morrendo de saudade


Voltei do Rio há quase uma semana e tenho rememorado os lugares pelos quais passei, as pessoas que tive a oportunidade de encontrar e reencontrar e as belezas naturais que a Cidade Maravilhosa faz desfilar em cada canto e recanto dos seus espaços. Enquanto escrevo este texto, escuto Ball and Chain na voz de Janis Joplin. Seria mera coincidência? Lembro apenas que Joplin sugou a vida que a cidade pulsa, lateja, transpira. É isso mesmo. O Rio é feito de movimentos humanos que não deixam o sangue parar de correr.
Se você quer sentir o pulso da cidade latejar não pode deixar de conhecer a famosa praia de Copacabana (onde Janis Joplin fez topless durante o verão de 70). Cheguei no domingo pela manhã e fui correndo conhecer a famosa praia que serviu de cenário a inúmeras novelas da Globo. O dia estava nublado e parecia ter chovido pela manhã, mas isso não afastou milhares de pessoas que passavam por ali para fazer caminhada, passear com o cachorro, vender bugigangas ou simplesmente ficar fascinado com a beleza de um trecho de orla marítima que inspirou grandes compositores brasileiros. Cheio de empolgação e de câmera à mão, percorri Copacabana, visitei o Forte de Copacabana, o Arpoador e um pequeno trecho da praia de Ipanema. Outro lugar onde o pulso ainda pulsa é a Lapa (bairro boêmio da cidade). Ali pude encontrar multidões que circulavam pelas ruas que abrigam bares, hoteis e boates. Sob o tom dado pelos arcos, as tribos encontram-se e a festa acontece: artistas de rua, grupos de samba, efervescência cultural.
Nas horas de folga do Congresso Brasileiro de Linguística Aplicada na UFRJ, aproveitei para conhecer o centro da cidade que reúne o que há de melhor em igrejas históricas, museus, bibliotecas e centros culturais. Ainda lembro da visita à Biblioteca Nacional e de como fiquei deslumbrado diante de mais de três milhões de livros. Saindo da Biblioteca, conheci poetas e contistas independentes que vendiam seus folhetos e lembrei da condição do artista no Brasil.
Em visita ao Pão de Açucar e Corcovado, quase esquecia das contradições que a cidade abriga, dos poetas famintos, das loucuras da Janis Joplin no verão de 70; de lá de cima, sob os braços abertos do Cristo Redentor ou do alto dos bondinhos do Pão de Açucar, tudo parece harmônico na igual medida da beleza que salta aos olhos.
Então chega o domingo, e às
(...)sete horas da manhã
Vejo o Cristo da janela
O sol já apagou a luz
E o povo lá embaixo espera
Nas filas de pontos de ônibus
Procurando aonde ir.*

É hora de voltar, embora morrendo de saudade.



*Trecho extraído da música Um trem para as estrelas de Cazuza e Gilberto Gil.

Um comentário:

Paloma disse...

LUCIANO, esta cidade tem certa magia. Fico feliz que tenha gostado. Volte sempre.

Abraços