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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

AMIGOS...


O dia transcorreu na correria de um Hermes. As horas não passaram, foram atropeladas pelo tempo que urge e ruge como leão faminto. De repente, não mais que de repente: lua, estrelas, brisa, silêncio e a solidão necessária para arejar o pensamento e discorrer sobre impressões recolhidas num dia em que tive a companhia do trabalho estafante que nos furta a atenção sobre aspectos tão peculiares da vida.

Amigos me escrevem com freqüência. Recebo e-mails diários de amigos próximos e distantes. Querem, de algum modo, se fazer presentes, próximos... A tecnologia digital permite isso. Hoje recebi e-mail de um amigo que se encontra na Holanda. Há tempo não nos vemos. A comunicação se dá sempre por e-mails ou cartões enviados em datas comemorativas. Enviei-lhe, esses dias, algumas reflexões sobre a amizade ao que nao tardou responder. Com suas palavras, uma avalancha de recordações que trazem nova emoção e a certeza de uma amizade que superou os limites do tempo e dos espaço para manter-se leal aos seus propósitos. Driblamos medos, suplantamos a saudade indesejada e perniciosa e rejeitamos o ostracismo para manter o vínculo amistoso que se instalou em nossas vidas. Hoje celebramos a possibilidade sempre presente de podermos contar com a alegria, o entusiasmo, o incentivo e o cuidado do outro. Oportunizo trechos do seu e-mail: "quero agradecer de coração as palavras amigas e sábias que você me enviou nesses últimos dias, confesso que elas me ajudaram muito a recuperar a alegria perdida depois que os meus amigos voltaram para o Brasil". O verdadeiro amigo tem compaixão, ou seja, sente com o outro. A sua presença, o seu braço estendido, o seu olhar terno e sorriso atento resgata aquele por quem nos sabemos amados. A mão amiga sinaliza possibilidades, brechas pelas quais passamos e reencontramos nosso caminho. Muitos amigos atravessaram meu caminho. Alguns permaneceram, outros não. Alguns ser perderam, outros nunca se encontraram. Alguns prosperaram, outros nunca conseguiram coisa alguma. Alguns se abandonaram à solidão, outros sequer conheceram o afago amoroso do amor. Mas todos eles foram meus amigos. Uns mais outros menos. Mas todos receberam sem distinção a atenção merecida. Mais na frente meu amigo afirma: "também agradeço o texto sobre a amizade, muito belo e interessante. Hoje eu fico imaginando o valor de uma amizade; quando verdadeira, somos capazes de dar a vida pelo o outro. Por isso a Bíblia diz que: encontrar um amigo é achar um grande tesouro. Como é bela uma amizade, ela nos dar vida, segurança, alegria, paz.
Peço a Deus para sempre ser dígno da sua amizade e zelar por ela, pois sei que amigo como você é muito raro e não quero nunca perder a sua amizade". O bom é que na amizade sempre perdemos um pouco de nós para o outro. Não ficamos com tudo. Aquela parte que nos é mais cara é partilhada com aquele que nos ama. Se os amigos não nos dessem vida, segurança, alegria e paz seriam qualquer outra coisa, nunca amigos. Quando estamos em sua presença o tempo desacelera, o coração se acalma, o sorriso desabrocha e a conversa é como um manjá que nos alimenta por horas sem que nos sintamos saciados. Queremos sempre mais e o mais que ele nos dá nunca é o bastante. A despedida acusa nossa fome de presença humana, de presença amiga. Em se tratando de amigo, tudo nunca é o bastante.

A janela do meu quarto dá para o mundo. Dela vislumbro a imensidão do céu que desfila na minha frente. Nisso, vejo as possibilidades infindas de reencontrar amigos, fazer outros e reunir, como o céu reúne as estrelas no seu espaço sem limites, aqueles que queiram fazer parte da grande ciranda da amizade. Finalizo com as palavras do meu amigo: "Viva a amizade! Viva o amigo! Viva Luciano!" Eu diria: Viva você!, por se fazer estrela na vida de todos aqueles que nutrem o velho e sempre novo amor de amizade. É isso.

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