Total de visualizações de página

domingo, 8 de janeiro de 2012

Crônicas de um viajante em Córdoba

Ontem deixei Rosario às 13h e vim a Córdoba. Antes de dizer "adiós" a Rosario, fui com Mauricio ao centro da cidade, pois precisava trocar real por peso e procurar um livro que reunisse poemas lidos no Museu da Cidade no dia anterior. Comprei o livro e os pesos. Por falar em peso, Rosario é um celeiro de poetas, contistas, romancistas e representa para a Argentina uma arcádia literária de peso. Trouxe comigo a antologia do poeta rosarino, Aldo Oliva, e deixei uma dica de viagem (praia de Genipabu-RN)com a moça que me atendeu. A sua mae encontra-se em Pipa e pensei que ela nao poderia deixar de conhecer Genipabu, praia que me encheu os olhos quando estive em Natal. Ainda passamos numa loja de souvenir e arrastei mais duas ou três lembranças da cidade (a mochila já nao suporta mais e nem minhas costas). Voltamos ao apartamento, e tentamos ocupar o tempo com conversas sobre o que vimos e ouvimos nesses dias passados na encantadora cidade de Rosario. Além das comidas típicas que Mauricio e Adriana já me haviam apresentado (medialunas, facturas e um prato peruano que por ora nao lembro o nome), tivemos um almoço intimista, saudoso e ao sabor de empanadas variadas. Só consegui comer duas, pois ainda pesavam em meu estômago as danadas das medialunas. Adriana fez questao de preparar minha sobra para viagem e pronunciou suas últimas palavras antes da minha saída: "Com amor." É isso. Foi com muito amor que fui recebido na prosaica cidade de Rosario e foi morrendo de amor pela estrada que segui a Córdoba. Durante o percurso, lindas paisagens alternam-se com trechos secos e as horas pareciam arrastar-se. É nisso que dá ir no pinga-pinga... E o daqui segue na base do contagotas!!! Desembarcando na rodoviária, peguei um táxi e fiquei muito incomodado com o volume do som que o taxista ouvia enquanto se balançava e lia mensagens no celular. Pensei: "Será que sou obrigado a ouvir esse som nesse volume?" Mas como dizer isso em espanhol sem ser agressivo? Nao encontrei nem as palavras nem a maneira certa de dizê-lo, entao, resignei-me. O hostel onde estou hospedado é bastante simpático. Na chegada, conheci brasileiros de Londrina que fariam check-out naquela noite e seguiriam em direçao a Mendoza, meu próximo destino. Após o check-in, acomodei minha bagagem e fui tomar banho pois o calor aqui está de matar! Em seguida, andei um pouco pela cidade, a fim de me situar e o que vi agradou bastante. Córdoba é uma cidade bastante turística. Por aqui, passam constatemente viajantes em busca de ecoturismo e esportes de aventura. Mochileiros circulam o tempo todo pelas ruas da cidade, carregando mochilas que mais parecem sua própria casa. Aproveitei para fotografar a noite de Córdoba e acabei chegando a museus, praças e ruas bastante graciosas. A expectativa já estava criada para o dia seguinte... Hoje explorei a cidade e, durante meu tour, passei pela Praça de San Martin, Catedral e Cabildo, Igreja da Companhia de Jesus, Teatro Libertador General San Martin, Passeio da Flores e das Artes, Shopping Center Patio Olmos e muitos, muitos outros pontos turísticos que Córdoba exibe com orgulho. Orgulho...Sim. Essa é a palavra que melhor define o povo cordobense. Em vários monumentos, o turista encontra placas com a frase: "Maravilha de Córdoba." A igreja do jesuítas é patrimônio histórico e nao sei se poderíamos chamar de construçao, prédio ou igreja somente. Eu saí de lá pensando ter saído de um museu de belas artes. É espantosamente bela. Mas nao só ela. A igreja das Carmelitas Descalças também é de uma beleza ímpar, o Museu de Belas Artes extravasa em encantos, o prédio do Shopping Olmos, estarrece. Toda Córdoba é bonita. Aqui nao há botecos, bodegas ou coisa semelhante. Todos os cafés, bares e sorveterias seguem um altíssimo padrao estético, de maneira que o turista fica sobressaltado de par em par. Pessoas que nem parecem ser desse mundo de tao lindas, desfilam pelas ruas e parecem estranhar o turista que é constante por aqui. Eles estranham, mas nao ignoram. Hoje recebi liçoes de espanhol da atendente de um café onde tomei meu café da manha. Ela disse que aquilo que eu pedia como suco, pronunciava-se "jusgo" (algo próximo a rusgo) e eu saí, além de muito bem alimentado, agradecido e à vontade por estar entre pessoas que se respeitam e sabem exercer o fino trato. Amanha, se tudo der certo, irei à cidade Alta Gracia. Nessa cidade, viveu Che Guevara. Um de seus atrativos é o Museu Che Guevara, que se soma a uma paisagem natural de exuberância inquestionável. Mas vamos deixar isso para amanha, che!!! Gracias.

Nenhum comentário: