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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Crônicas de um viajante em Rosario

Buenas tardes, chicos(as)! Estou em Rosario, mas vou voltar no túnel do tempo para falar das últimas vivências em Buenos Aires antes de sair do hostel ao meio-dia. Na quarta-feira, chegou uma turma do interior do Rio (lembra daquela música "o Haiti é aqui...", pronto, é só trocar Haiti por Brasil que você entende BsAs) e dois cariocas ficaram em meu quarto. A princípio, estavam muito preocupados com o sistema do hostel porque nao acharam seguro; entao, eu cuidei de pôr um pouco de lenha na fogueira e disse que tivessem cuidado com o peso argentino porque circulava muita moeda falsa. Tadinho dos cariocas... Puseram-se a averiguar o dinheiro e descobriram que já tinham recebido algumas notas falsas. Juro que nao queria causar pânico, apenas esclarecer. Sou bonzinho e vou pro céu. Desesperos à parte, trocamos ideias sobre o Rio, BsAs e Recife. Agora éramos quatro viajantes (uma alema e três brasileiros) e um ventilador de teto quebrado (ninguém merecia o roncado desse ventilador). No dia seguinte, durante o café da manha, conheci três paulistas e uma argentina. Conversamos muito sobre a Argentina, música clássica, viagens e fotografia. Pena que minhas horas em BsAs estavam se esgotando... Logo agora que começava a criar laços. Ainda bem que existe Facebook pra resolver esse problema. Após as fotos feitas na entrada do hostel, peguei o Face de todos (paulistas e cariocas) e me despedi. Cheguei na boleteria (bilheteria pra gente)do metrô e pedi um bilhete (as pernas tremiam feito vara verde, pois temia ouvir aquela denúncia de dinheiro falso). Nao aconteceu. Cheguei na rodoviária (estácion de bus em espanhol... mais ou menos isso) e fui comprar minha passagem. Peguei a fila da primeira agência que vi que vendia passagens (passajes) para Rosario e fiquei aguardando numa fila que se arrastava. De repente, alguém atrás de mim pergunta alguma coisa que nao entendo e, para nao ser deselegante, respondi "si", "si", e completei com um sorriso. Mas nao era coisa boa, nao. Continuei na fila como se nada tivesse acontecido. Daí, a pessoa insistiu. Dessa vez, mostrou-me um papel e pronunciou palavras das quais entendi duas ou três. Essas duas ou três foram suficientes para entender que eu estava na fila errada. Essa bendita fila, que se arrastava feito bicho preguiça, era reservada aos que traziam um documento do governo que garantia descontos nas passagens ou isençao de pagamento. Eu todo esperto querendo passagem de graça... No embarque, passei por outro embaraço. O ônibus que constava na passagem demorou a chegar e ninguém sabia como deveria proceder. O motorista dizia que era aquele, entao eu subia. Daí, batia aquela desconfiança, perguntava ao funcionário da empresa que fazia o embarque e esse dizia que nao era aquele ônibus. Pego minha mochila e desço. Falo com outra pessoa, também funcionário da empresa e esse me fazia subir. Sei que depois de tanto sobe e desce, disseram que deveria ir no ônibus que se anunciava "Resistência" e descer na primeira parada para pegar o Salvador-Mazzi. Os ônibus na Argentina sao muito bons. Todos que vi tinham primeiro andar e serviço de bordo. Sentei-me ao lado de uma boliviana que viajava com sua filha mui bela (bela para quem está viajando, porque viajante acha tudo lindo e digno de foto). Fiquei surpreso quando, após uma longa parada, o funcionário começou a distribuir uma bandeja que trazia sanduíche, biscoito e bolo (Ah! O dono da Jotude tem muito que aprender com os argentinos). Cheguei em Rosario no início da noite e encontrei aqui um casal que é muito simpático e acolhedor, além de uma cidade que permite, nao obstante os problemas sociais que apresenta, uma qualidade de vida satisfatória. Em Rosario, com meus novos amigos, aprendi muito sobre a história da Argentina e de Rosário especificamente. A cidade desfila vários parques, pessoas bonitas, gente elegante e artistas que perambulam por sua ruas planas e bem cuidadas. Saímos ontem à noite para conhecer um pouco da cidade (o que conheci já vale uma viagem inteira) e hoje passamos o dia nos belíssimos e tranquilos parques e museus de Rosario. Enquanto eles descansam, escrevo essas linhas e aguardo o festival de jazz que iremos assistir à noite, com seus amigos, junto ao rio Paraná. Amanha sigo para Córdoba, carregando saudade de Rosário.

Um comentário:

Rômulo Cézar Souza disse...

Meu amigo e ex-professor, quer dizer, professor ainda, hehe, Luciano. Tudo bem? Estou passando aqui para falar com um amigo que há tanto tempo não dialogo. Bom, espero que esteja tudo bem contigo.

Sim. Já faz algum tempo que postei um texto sobre A Arqueolgia do Saber, livro que li no ano passado durante a cadeira teórica a respeito de Foucault. Acho que vc ainda deve gostar dele. Não creio que tenha mudado, pelo menos quanto a isso.

http://www.romulocezar.com/2011/11/arqueologia-do-saber.html

Desejo felicidades. Até a próxima vez.

In Corde Jesu, semper,

Rômulo Cézar Souza